segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pitacos de uma semana ausente

Os ouros escassos, esporádicos e individuais, do Brasil, refletem bem a situação econômica do país; dependente do capital externo que visa lucros, em curto prazo, sem nenhum comprometimento com a estrutura.

O nível dos atletas brasileiros melhorou, mas num ritmo menor que os atletas da potências olímpicas. A tendência é que, em Londres, a defasagem seja maior e se não surgirem grandes talentos, nosso desempenho será pior.

Nem Dunga, nem ninguém da delegação brasileira, tem culpa pela derrota para a Argentina. Nossa seleção, é uma banda de rock dos anos 70 fazendo um “revival” - morta, apenas se apresentado graças a fama e ao que pagam por ela. O fiasco diante da Argentina, aconteceu com um ano de atraso.

Já a seleção feminina, para vencer, precisa aprender que futebol é esporte coletivo. Quanto a cobrança de investimentos, eu pulo. Pura demagogia, se a final olímpica foi mais entediante que qualquer jogo do brasileirão, imagine o campeonato capixaba feminino, nem a maior feminista vai pagar para ver.

A maior pena, foi mesmo a derrota no volêi masculino, mas fica o exemplo de que é possível aprender a perder.

A pergunta que fica é: vale a pena o esforço chinês para ser a maior potência do mundo? Acho que os ocidentais acreditam que não, para eles, a tirania só é aceita mediante um boa grana; o país que fique pra depois.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Mea Culpa

Toda vez que me falta assunto para o Blog, dou uma olhada no Jornal da Globo - alguma pérola, com certeza, eles vão soltar. Até pensei em fazer um “post” sobre o fato da quadrilha de Dantas usar, em sua defesa, uma coluna do “Dioguito Mainardi”. Mas a Cristiane “Pela” (saco), não deixou.

Primeiro o Willian Waack e sua pesada maquiagem fizeram, na abertura, do Manhattan Conexion da classe média sem tv a cabo, um editorial lamentando o fato de Lula querer que o petróleo descoberto pela Petrobras, seja usada em prol dos brasileiros, e não dos acionistas da Petrobras.

Se esqueceu, o jornalista mais maquiado da tv brasileira, que a Petrobras foi feita com os impostos dos brasileiros e que a lei prevê que o dono do terreno onde for encontrado petróleo, tem direito sobre sua exploração. E como nosso mar ainda não foi privatizado, o petróleo é do Brasil.

Mas antes que algum leitor da Veja invada esse espaço para me chamar de trotkista, sem saber o que isso significa, o próprio pessoal do JG, engrossa meu caldo. Já que uns três blocos adiante, do contraditório editorial, Cristiane Pellajo fala das bruscas quedas das ações da Petrobrás. Mesmo com aquela cara de que tudo, desde os beijos do gordo até a oleira do Willian Waack, são culpa do lula, admitiu que a queda se deu pela baixa do barril do petróleo e da debandada de alguns acionistas que zarparam, atrás do etanol.

Ou seja, se a Petrobras vai mal é por culpa dos acionistas que só pintam por aqui para comer o filé do osso que o Brasil roeu. Não é, seu Willian?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Poços de Caldas, a cidade empresa

O prefeito de Poços de Caldas, Sebastião Navarro, elegeu 2008, como o ano do asfalto para a administração municipal. Não se sabe, ao certo, o que ele quis dizer com isso, mas, ao menos, sua promessa parece estar sendo cumprida.

Tudo porque, na lista telefônica de 2007, a secretária Municipal de Governo, Salma Maria Nede, compartilha o mesmo prédio e a mesma sala com a empresa responsável pelos serviços de asfaltamento da cidade, a Fremafe, separadas apenas por uma linha telefônica. Para tornar o fato ainda mais lamacento (como o perdão do trocadilho), a secretária é também a dona da empresa.

A maioria das licitações para serviços de lama-asfáltica na cidade – que não são poucas - têm sido vencidas pela Fremafe. Mas é impossível saber o valor exato que a empresa recebeu pelo serviço, já que ninguém - nem da Secretaria de Fazenda, nem da Câmara dos Vereadores da cidade - soube informar como é possível acessar os resultados, das últimas licitações.

Aliás, transparência não tem sido o forte do atual Prefeito, que, inclusive, assinou um decreto proibindo que funcionários públicos comissionados falem mal da atual administração. Mais informações sobre o decreto? Adivinhem? Ninguém soube informar!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Por isso que tu és, e há de ser

Hoje o Botafogo faz 104 anos, e não vou escrever nada sobre o tema. Antes de tudo esse blog se atem a assuntos de apelo popular, dentro dos limites da cultura de massa. Futebol é popular, mas o Botafogo é erudito.

Nunca vim aqui me esgoelar para que as pessoas ouçam Wagner ou Gentle Of Giant, ou para que leiam Balzac ou Dostoievski, ou para que contemplem Picasso ou Bosh. Faço isso no máximo com Pink Floyd, Kafka ou Duchamp, tudo dentro da cultura pop, longe de qualquer erudição.

É impossível, principalmente em um sistema de sociedade que privilegia a maioria, discutir com a massa, entorpecida, por estar no meio da multidão, que o que é bom não necessariamente é popular.

Por isso dedico apenas meu parabéns ao Botafogo e sua torcida. E aos que gostam da fina flor do futebol, da literatura, ou da música (botafoguenses, ou não) cliquem aqui .

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Se oriente rapaz...

Não vi a abertura dos jogos olímpicos, mas gostei do mundo ocidental boquiaberto com a capacidade semiótica dos chineses. Esta reação, vem ressaltar como a cultura oriental tem muito mais alcance do lado de cá do mundo do que a cultura ocidental lá para aquelas bandas. Isto ocorre, até por culpa desta coisa mal resolvida que é a dita cultura cristã capitalista.

Há muito tempo não se via uma abertura de jogos olímpicos capaz de fazer o mundo repensar o regime político do país sede. Na verdade, a primeira vez em que isso ocorreu foi em 36, na olimpíadas de Munique. Por curiosidade, quem assinou a abertura do jogos de pequim é filho do arquiteto escolhido de Hitler para aquelas olimpíadas, se não me falha a memória, Albert Speer Jr., é o nome dele.

Mas acho que desta vez os efeitos serão melhores do que foram no século passado. A China, mesmo com todos os seus defeitos, parece ser um lugar mais interessante do que este mundo ocidental careta e inerte. Onde meia duzia de engomadinhos-bem-nascidos vem com uma tal de “gestão de crises”, para tentar empurrar com a barriga a luta de classes.

Só espero que a tal revolução chinesa, se vier, dure um pouquinho mais do que o tempo da classe média ir ao shopping center e comprar um bonsai.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mui democrático

Sou dos mais críticos em relação à democracia, acho uma variação do totalitarismo em que se muda apenas o critério para a concentração do poder. Ou seja, é um sistema em que o despotismo está a cargo da maioria. Mas nunca fui muito de expressar essa idéia, por saber da aversão que o brasileiro, sequelado pela ditadura, tem de quem crítica o regime democrático.

Só que parece que as feridas estão cicatrizadas, pois é incrível como a sociedade civil tem se curvado perante os milicos. Primeiro foi o caso Bolsanaro, relatado pelo blog, depois foi José Agripino Maia, que se diz democrata, acusando a ministra da Casa Civil de mentir aos agentes da ditadura, que ele tanto apoiou.

Agora é o general da reserva Gilberto Figueiredo, presidente do Clube Militar, perdendo as estribeiras por culpa de uma declaração de Tarso Genro sobre a punição a torturadores durante o período da ditadura militar.

Mas o mais incrível não é cara de pau dos milicas e sim da mídia. A imprensa, que reage a qualquer tentativa de regulamentação, deste samba do crioulo doido, que a comunicação no Brasil, chamando o governo de stalinista, praticamente exigi que os políticos peçam desculpas por uma suposta ofensa aos militares.

Este é o Brasil que eles idealizam; livre, só no mercado

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

No Education...

Sem susto nem tumulto, ontem, o MEC divulgou os resultados do Enade. Como era de se esperar o resultado foi vexatório e mais de 500 cursos avaliados ficaram abaixo da média. Julgando pela qualidade dos alunos e do salários dos professores o resultado era previsível, tão previsível, que o Semerj (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado do Rio de Janeiro) tentou na justiça uma manobra para que as notas não fossem divulgadas antes que as universidades fossem recorrer.
Depois tem gente que fala que o etanol vai salvar este país...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A Bolha

Bolha era o nome de uma ótima banda brasileira dos anos 70.

Bolha é também uma expressão, do economês, para designar a inflação ocasionada pela especulação. Em português claro, significa dar um passo maior que as pernas.

Nela os preço atingem um nível surreal que ninguém pode (ou quer) pagar. Geralmente, esta inflação demasiada precede uma deflação também brusca.

Quando os preços caem diz-se que a bolha estourou.

Quanto mais inflada, maior o estouro.

quanto maior o estouro, maior o estrago.

Isso explica a queda do preço do barril de petróleo.

Isso explica a queda do Flamengo no campeonato brasileiro.

O estouro da bolha, que teve como conseqüência a bomba.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

No meio do caminha havia uma lei...

Recentemente sancionada por Lula, a lei que estima um piso salarial nacional, para professores da Educação Básica, esbarra em uma antiga lei; a Lei de Responsabilidade Fiscal. A LRF foi idealizada pelo governo FCH e pretendia o saneamento das contas dos estados e municípios. Ela prevê que os salários de cargos públicos não deva chegar a uma fatia maior do que 54% do orçamento.

Muitos municípios vão ter quer descumprir uma das duas leis, para cumprir a outra. Depois, tem gente que jura de pé junto que a política econômica do governo Lula e FHC é a mesma...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Doha a quem doer

A Rodada Doha que tentava regulamentar as barreiras e subsídios aos produtos agrícolas dos países ricos e pobres fracassou. O inerte jornalismo econômico lamenta e vai se desdobrar para analisar o óbvio.

Na verdade a Rodada Doha era uma reunião, estilo debate de programa de auditório, em que cada um dava seu “showzinho” e nínguém decidia nada. Os ricos reclamavam do protecionismo dos pobres que impõem altas taxas de importação ao seu produtos. Os pobres reclamavam do subsídios que os ricos davam a agricultura local fazendo com que seus produtos entrassem no terceiro mundo com um preço muita baixo, prejudicando a balança comercial.

Se fossem chegar a um acordo este seria o fim das taxas de importação e dos subsídios. Assim, o jogo estaria zerado.

Mas como uma mesa de alcoólatras (com todo respeito aos alcoólatras) jogando pocker é bem mais ética que os lideres econômicos do mundo neoliberal, níguém cedeu. Agora, todos voltam para casa, apenas, com a retórica mais em forma do que antes. Já que o colapso é apenas um detalhe nessa velha nova ordem mundial.

Justiça foi feita

Ontem não deu para passar aqui, por isso meu parabéns atrasados a Fábio Moon e Gabriel Bá. Os irmãos ganharam juntos três prêmios (melhor série limitada, melhor antologia e melhor “digital comic”) no Eisner Awards, maior premiação aos “quadrinistas” do mundo. Conheça aqui a dupla

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Calma, tem gente pior no mundo

André Sanchez e Márcio Braga estão longe de serem exemplos de moralidade, o primeiro pela sua relação com Dualib, o segundo pela sua relação com Kleber Leite. Na verdade, nenhum cartola é um exemplo de moralidade, nem Bebeto de Freitas, nem Juvenal Juvêncio, nem mesmo Roberto Dinamite.

Mas pelo menos esses todos daí de cima, concordaram que Dinamite que deve ocupar a vaga deixada por Eurico na vice presidência do Clube dos 13. As duas dissidências ficaram por conta de Horcades do Flu e Alvimar Perrela do Cruzeiro, seguidores da linha ética-administrativa de Eurico Miranda e candidatos também ao posto de cartola mais imoral do futebol, depois da derrota de Eurico.


Horcades antes de vender o Fluminense à Unimed, sempre precisou da ajuda de Eurico para salvar o Tricolor em seus rebaixamentos. Já Alvimar, dispensa apresentações, simplesmente, por ser originário da dinastia Perrela; aquela que vire e mexe se lança na eleições por aquele partido que volta e meia muda de nome. A família tem como cabo eleitoral Felipão, que não atoa, é fã de Pinochet.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Unidos pela polêmica


Uma homenagem à nação (?) rubro-negra que ontem, graças a Ibson, relembrou os áureos tempos de Zico – batendo penalti.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Há dez anos...

Foi aos 38 minutos do segundo tempo, em uma da poucas chances do Vasco na partida.

Por culpa daquele gol , Juninho Pernambucano foi o último ídolo do futebol carioca de uma torcida só.

Aquele, foi também, o título mais importante do futebol carioca desde que os grandes craques dos quatro grandes, se aposentaram.

Dez anos depois o Fluminense e os Thiagos tiveram tudo para igualar o feito, faltou pouco.

E como não conseguiram, nenhum outro time carioca merece tanto respeito quanto Vasco na história recente do futebol carioca. Que além da libertadores, nos últimos 15 anos, levou 2 Brasileiros.

Sem o clube cruz-maltino, o futebol carioca na duas últimas décadas viveria de dois solitários campeonatos brasileiros, em 92 e 95

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Fim dos tempos

Pela primeira vez na história, não só deste pais, como do mundo a indústria da cerveja sem álcool registrou crescimento. Culpa da lei seca no trânsito e também nos estádios, durante jogos do brasileirão. Do jeito que as coisas andam, futebol vai virar Winning Eleven e os bordéis só terão bonecas inflavéis. E viva o mundo politicamente correto, saudável e sem graça.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O dia em que me senti brasileiro

Muito pouco me envolvi com a seleção brasileira desde que me tornei louco por futebol. Sabe, sempre ouvi histórias da copa de 70 e 50. A de 50 nunca chegou a ser um trauma para mim, logo em 93, vi Romário depenar os uruguaios e o Botafogo ser campeão vencendo o Peñarol, base da celeste da época. Além disso, o Maracanã cheio e em silêncio, as vezes é lindo.

Já a seleção de 70 era questão de desdém. A doutrina de que Pelé não era melhor que Garrincha era quase unanimidade na minha família. Mas a seleção naqueles anos 90 tinha algo de especial, um sentimento reprimido poderia vir a tona através daquela camisa amarela. Só assim poderia torcer pelo meu ídolo-carrasco, Junior.

Era da ala que queria a cabeça de Parreira, não sabia nada de futebol, mas achava Junior indispensável para a seleção. Ele não foi, e por isso, vi a seleção sempre com descrédito. Não assisti aos jogos (Pelo menos não ao vivo), me tranquei no quarto da minha mãe e ouvi pelo rádio, enquanto jogava futebol de botão.

Durante a final foi diferente, tinha lido sobre um campeonato decidido no cara ou coroa e queria tudo (até a derrota), menos aquilo. Meu pai me tirou esse medo, mas mesmo assim resolvi não ver o jogo, só ouvir. Depois de 90 minutos, desliguei o rádio e, após a prorrogação, decidi sair pela rua. Minha mãe disse não, eu insisti e, como era muito novo, ela foi comigo. Eu, ela e meu primo, que na época tinha 3 anos.

Toda a minha família estava na casa dos meus pais, na esquina em baixo morava minha tia. Meu primo quando mal chegamos na esquina fez uma sonora birra e disse:

Quero fazer toto!

Por sorte, minha mãe tinha chave da casa da minha tia e entramos e eu liguei a tv. Massaro foi pra bola e o maldito sai que é tua Tafarrel funcionou, pela primeira vez na vida. Por superstição, continuei vendo. Até a hora em que o Baggio foi pra bola - na minha cabeça nunca que o ídolo rubro-negro, de lá, erraria – e errou.

Não tinha noção - ainda mais sozinho, em frente à tv, com as luzes da sala apagadas, do que era ser campeão do mundo. A primeira coisa que pensei é que poderia ser o craque rubro-negro daqui, o Junior errando um penalti decisivo a exemplo do Zico.

Pensei; futebol é uma coisa estranha é melhor não confiar nos ídolos, muito menos na massa.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Craque o mengão fazia em casa

O Jornal Valor Econômico traz, hoje, duas reportagens sobre as exportações de jogadores pelo principais clubes brasileiros e destaca como essas transferências são importantes para a finanças do clubes.

Para o Corinthians, no ano passado, estas transferências equivaleram a 53% do faturamento anual, para o São Paulo a parcela caiu para 43%, mas se manteve acima da média nacional que é de 35% . Lá embaixo, bem abaixo da média, está o Flamengo com apenas 10% da receita feita através de venda de jogadores.

Há alguns anos o Flamengo não é a marca mais rentável do futebol, primeiro foi ultrapassado pelo Corinthians depois pelo São Paulo, ou seja a nação rubro negra não capaz de engordar o caixa do clube. Agora, começa a penar para fazer renda com seus jogadores.

Só mesmo aquele jornalzinho viúvo de Carlos Lacerda não vê os problemas da víuva do Zico

Essa lei existe, essa lei é real?

De um tempo para cá as corporações mais nebulosas possíveis aderiram ao lenga lenga do desenvolvimento sustentável. Empresas e partidos políticos, que trocam seus funcionários por robôs insistem em dizer que se preocupam com a situação das chinchilas da Europa setentrional.

Ou seja, na tentativa de parecerem bonzinhos e engajados, qualquer senhor Burns Horrorshow compra camisetinhas do Greenpeace. Além disso, saem por ai estampando em outdoors os feitos de suas organizações na área ambiental, como se aquilo fosse mera benfeitoria e não uma obrigação legal.

Mas agora essa história irá mudar um pouco. O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, tenta fazer valer um projeto de lei em que Bancos públicos ou privados só poderão conceder créditos a empresas com confirmada sustentabilidade ambiental.

Com isso, os bancos vão ter que ir além de fazerem talões de cheque com papel reciclável ou plantarem meia dúzia de eucaliptos e ainda lucrarem com suas commodities. Bela idéia de Minc, que não fica só planfetando em barzinhos universitários, mas também bate de frente com os monstros do mercado...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Dia de Rock (foi ontem)


Ok Computadores,

Vocês venceram, Chico Science dentro do seu visionarismo estava certo. Hoje os computadores fazem arte, os artistas dinheiro. Em partes a culpa foi minha, fui eu quem resolvi fazer música para jovens. Fui o primeiro a sustentar a existência da arte pelo seu apelo mercadológico. A pegar sons aparentemente desconexos e transforma-los em música. Fui eu quem inventei o que, hoje, chamam de música eletrônica. Vocês só fizeram a transição das válvulas para o sampler.

Admito meu fracasso, estou, hoje, deixando este mundo, para apenas habitar as camisetas pretas de adolescentes por todas as gerações. Para ser uma vaga lembrança em discos empoeirados e esquecidos mas que volta e meio serão redescobertos, por aqueles que buscam algo novo. Pois o novo não obrigatoriamente está no futuro.

Agora é com vocês computadores, que façam seu o woodstock. Que façam seus Album Branco, seu Dark Side seus Led Zeppelins. Acho difícil, mas espero que consigam, não vai ser nada fácil.

Um fraternal abraço de seu precursor

Rock and Roll
07/12/96

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Prendam a Opinião Pública

Já que a PF resolveu trabalhar essa semana, poderia entrar com um mandado de busca e apreensão contra a opinião pública. Como prova, usaria a recente ojeriza à sua patente mais baixa, a PM. Um atestado de que a OP, não tem noção do que pensa.

Há meses atrás a mesma opinião pública dava gargalhada da tortura. Achava lindo e cômico o abuso de poder da polícia e via como bandido a turma do baseadinho. Tapa na cara de estudante, meses atrás, era uma carta na manga da polícia contra os bardeneiros. Hoje, é uma prova inquestionável da truculência dos homens fardados.

Não sei onde isso começou, talvez depois do assassinato daquele menino de três anos. Mas ele não foi o primeiro nem será o último. Na verdade, acho que a polícia acostumada a propina, deve dar seu agrado a opinião pública liberando a cervejinha antes da direção.

Assim, a própria opinião pública vai tratar de por em risco a vida da sociedade comum. Afinal de contas a polícia só deve ser rígida com os favelados e maconheiros.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Na verdade a vaidade

Quando o paulistano Muricy (de quem sou grande crítico) disse que a bola pune, os cariocas riram. Aqui é Mengão, Nense, Fogão, Vascão! - Berraram, com a confiança inabalável, embora sem motivos.

O pessoal do lado de cá da ponte aérea ironizou perguntando: quem é Muricy?

Orá é um homem forte dentro do clube que nos últimos 3 anos ganhou mais do que o futebol carioca nos últimos 15 anos.

Na verdade, as rizadas xenófobas não permitiram perceber que – não só no futebol – o tempo passou pro Rio de Janeiro e a Garota de Ipanema hoje é muito mais obra do seu personal cirurgião plástico do que de Vinícios e Tom.

Aonde quero chegar com isso?

Quero dizer – pedindo licença poética ao capitão nascimento – que o futebol carioca é um fanfarrão. Há um ano o Botafogo começava a perder o brasileiro por ter uma diretoria que não sabe do que os seus jogadores ingerem – não me venham com esse papo de envenenamento.

O Fluminense a sete dias perdia a libertadores por esquecer que a havia dois jogos entre a vitória do Boca e o título. Já o Flamengo, que há meses atrás protagonizava o mair vexame de um clube brasileiro em uma competição internacional, perdeu o brasileiro ontem.

Vão ter os que argumentarão: O Mengão é diferente porra! Só se for na modalidade do amadorismo. Que aliás passa por essa confiança hegemônica e injustificável. Na verdade são todos iguais, rindo um dos outros e completamente inebriados pela filosofia de sua diretoria.

A prepotência tricolor, o destempero alvinegro, a passionalidade cruz maltina e a fanfarronice rubro-negra deveriam se limitar á arquibanca. Do contrário, continuarão jurando que serão campões de alguma coisa e rezando pela vinda de novos Messias como foram; Garrincha, Zico, Rivellino e Dinamite.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Imprescindível


Para quem ama futebol clique aqui

Imprensa que eu gamo...

O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar o Recurso Extraordinário 511.961 que, se aprovado, eliminará a obrigatoriedade do diploma em curso superior de Jornalismo para desenvolvimento da atividade jornalística.
A discussão vai dar pano pra manga.
De uma lado, estão as associações que defendem o jornalismo (ABI, Fenaj e Sindicatos) e seu corporativismo. Bradando que o a medida irá reduzir bruscamente a qualidade da imprensa - se é que isso é possível.

De outro, está o pessoal do DCEs (futuros sociólogos, filósofos e etc) que acreditam que com a medida todos serão livres para expressarem suas idéias e estamparem foices e martelos na capa de todos periódicos. Afinal, lead é só um termo inglês que denuncia o caracter ianque dos jornalistas.

Enfim, os dois lados vão continuar dentro do seu delírio acadêmico. Os primeiros engrossando o discurso do Mainardi, e os segundo o do Neto. Duas M... uma com diploma a outra sem. Prova de que o diploma só faz diferença no caso de um sistema educacional esclarecedor – que não é nosso caso.

Acho que o Recurso deveria se outro, umas férias indeterminadas para a imprensa cairiam muito bem

terça-feira, 8 de julho de 2008

Woody Guthrie tupiniquim

Nem Rosa nem Machado, além dessas duas favas contadas da literatura nacional 2008 é o centenário de outro poeta, Solano Trindade. Negro, pobre, proletariado não fez da arte um subsídio á vida, mas alento para alma dele e de outros negros (ou brancos), pobres e proletariados. Por isso pode ser comparado a Woody Guthrie e não deve ser esquecido

O amigo da Anta

Foi preso Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity. Se conceitos maniqueístas podem ser aplicados a vida cotidiana, o esteriótipo de um vilão está muito próximo do que é Daniel Dantas. O banqueiro foi devassador por onde possou, no futebol, na imprensa e na política.

Foi o mensaleiro-mor do Governo FHC, no caso da privatização da Valle e em uma série de outros casos. Também ajudou a afundar o Bahia durante sua gestão. Mas sempre permaneceu quase imune, graças ao apoio que tinha na mídia, através do lobby que fazia e que teve como principal ajudante (ele, sempre ele) Dioguito da Veja.

Sem Dantas não haveria Mainard. Sem Mainard, Dantas não teria ido tão longe. Mas a prisão do banqueiro não chega ser motivo para abrir um champanhe , tudo por que o colunista assassino de reputações conseguiu passar impune.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Grande Fiúza!

Sabe, ele já deu umas vaciladas, principalmente quando resolveu fazer o prefácio de um livro do Índio da Costa, um caboclo que leva nos ombros uma série de acusações de favorecimento em licitações. Mas apesar dos pesares, Guilherme Fiúza, autor de Meu Nome não é Johnny, é uma das melhores cabeças entres os colunista do Brasil. Herdeiro do Jabour (Cineasta, não dramaturgo) sabe ler a mente humana como poucos....


“Vocês, hoje torcedores da LDU, falam com orgulho nostálgico de uma taça conquistada por Zico e companhia 30 anos atrás. Minha preocupação é que a LDU, digo, o Flamengo, vire uma espécie de Museu do Zico, assim como aconteceu com o Botafogo, eterna viúva de Garrincha.

A realidade é que hoje, no ano da graça de 2008, ou seja, deixando de falar do século passado, o time que encantou o continente com uma campanha bela e histórica foi o Fluminense, que é só Fluminense, não é sucursal de time equatoriano.
Zico foi o maior que já vi jogar, maior que o Rivelino, maior até que Pelé, que só vi em vídeo tape. O Zico eu vi ao vivo, paguei pra ver jogo do Flamengo, e como doido por futebol agradeço ter vivido isso.
O problema de vocês, flamenguistas, é esse sotaque de facção, esse complexo de Comando Vermelho. Há em vocês um disfarçado desejo de que o Outro não exista, de que o Flamengo paire hegemônico e único.
Freud diria tranqüilamente que debaixo dessa soberba está uma maioria esmagadora com pânico de ser esmagada.
Relaxem, ninguém vai esmagar vocês.
Só isso justifica a empáfia com que vocês adoram o Flamengo. Paixão não tem nada a ver com arrogância. O apaixonado é antes de tudo um doce.
Desistam do colonialismo, de afirmar o Flamengo como um credo talibã, esse Cléber Leite way of life. Aceitem as outras religiões, os outros deuses. Isso só vai realçar a potência que é o Flamengo.”
Dediquemos essa conversa de bar também aos corintianos, aos xiitas, aos petistas, aos tucanos e a todos os que têm o secreto sonho totalitário de anular o diferente.”


Guilherme Fiúza Jornalista e Escritor

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Saudosa Razão

Não sei aonde vão parar os analistas do mercado e os comentaristas de futebol. Aliás, o mundo, agora, se lixa para os analistas e comentaristas de qualquer coisa. O casamento entre a vida e a lógica acabou, e as coisas vão caminhar independente da capacidade humana de explica-lá. Já era o tempo dos romances, em que haviam previsões, no meio de tanto roteiro. Acabou, agora é a era do hipertexto, do jogo de vídeo-game, do reality show instantâneo.

Prever alianças políticas, fechamento das bolsas, resultados de um jogo de futebol é algo meramente especulativo, que sobrevive por estar indexado a publicidade, aos interesses econômicos e a tolice humana. Dizer que o Fluminense perdeu por não reforçar a marcação do lado esquerdo é a explicação que se acha depois de tanta procura e imprevistos.

Acho bom o ser humano acabar com essa mania de querer explicar tudo. Tudo passa, a razão passou. Não que não existam lições para serem tiradas ao final de tudo, mas aonde está o final de tudo? O Fluminense perdeu para um time-nação de negros excluídos da arquibancadas, ou venceu por culpa de seus brancos torcedores que lhe deram mais de 3 milhões de reais – valor superior ao prêmio pela conquista - ontem ? O que vale mais? Dinheiro ou o gozo? O dinheiro compra o gozo? O gozo dispensa o dinheiro?

Não sei, só a saudosa razão poderia responder...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O dia do orgasmo tricolor

Amanhã vai ser outro dia. Sabe, é Deus quem manda - falou tá falado, não têm discussão. Está escrito, que o tricolor de cores sutis vai dar essa lição ao mundo. Vai se redimir de proibir o futebol aos negros, e irá devolve-lo aos craques - apaixonados, sentimentais e iluminados. Vai voltar 32 anos depois, para ganhar os títulos que a máquina, por acaso, não ganhou.

E por acaso (divino) deixará de boca aberta aqueles que pregam que futebol é força, camisa e pragmatismo. Nada disso, futebol é predestinação, e aquele time que alugou sua sede, mas não vendeu sua alma a monotonia tática do futebol, será campeão - pelo nome de Nelson Rodriguês! Está escrito pelo dedo de Castillo, pela técnica de Romerito, pela canhota de Rivelino.

O Fluminense será campeão com certeza e sem alarde. Sem complexo de superioridade, apenas com a empáfia daquele que foi o primeiro grande time do brasil. E sabem, as fãs de Chico, a importância do primeiro, já que o último será esquecido quando vier o próximo. Mas por via das dúvidas o Fluminense, hoje, vai ser o dois, e o futebol brasileiro - essa esposa maltratada – terá um adultério épico, fazendo do tricolor um time mais imortal ainda.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Panic e Organic

Classe Mad ia, mas não vai mais

Recentemente os movimentos sociais de fachada como os; de militância gay, preservação do meio ambiente, entre outros, têm sido a menina do olhos da classe média. Despolitizada como nunca, a mulher de malandro, está muito mais preocupada, em seguir a moda Veja, do que lutar pelo que realmente lhe interessa.

Foi isso que percebeu a FGV em uma pesquisa divulgada, hoje, no jornal Valor Econômico. Segundo a instituição, a presença da classe média nas paradas gay do brasil foi 35% maior do que nas passeatas de primeiro de maio.

Sem exageros da pra afirmar que a classe média pegou raiva da esquerda e resolveu ficar de quatro pra burguesia...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Essa é eu pulo

O MP gaúcho vai apurar denúncias de ilegalidade e comportamento ante democrático por parte do MST. As denúncias foram feitas com base em livros de autores como Goethe, Paulo Freire, Che Guevara e Russeau.

Imaginem só se o MP descobre minha coleção de Cheech e Chong. Vão me acusar do que?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A pressa foi inimiga de Jamelão

Tudo bem que você andava descontente com o mundo e não era pra menos. Mas pra que a pressa? Você, nesses 95 anos, sempre primou pela calma. Tudo bem que nos últimos meses a vida estava dura; não bebia, não fumava, nem compunha. Nem mesmo, comia feijão aos sábados na quadro, mesmo quando te homenageavam na roda.

Naquele sábado, sei que não foi diferente, você não quis descer. Nesses momento de tédio, a insatisfação com mundo vem a tona, né? O Eurico no seu Vasco, o funk no seu samba, a polícia no seu feudo. A presença branca nas quadras, que escondia a privatização do samba, e, quase imperceptivelmente, expulsava os garotos da comunidade para fora da feijoada da estação primeira, que agora era um privilégio de quem possuía Visa Electron.

Você preferiu ficar em casa, comeu o feijão da Mangueira (esse sim continua o mesmo) em uma quentinha enquanto ouvia, num velho LP, uma parceria sua com Cartola. Deu saudades e, durante a digestão e audição, você foi visitá-lo.

Mas podia ter esperado. Nem viu o Dinamite vencer o Eurico. E o pior de tudo, foi uma semana antes de ver o Paulinho também da viola, do Vasco e do subúrbio tocar para um Circo lotado e inflamado. Perdeu, poderia chegar ao céu e dizer convicto ao Cartola, que o samba vive.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uai, Uai, Uai, Uai... Minas Gerais

A mídia adorou a espontaneidade da torcida mineira, no jogo contra a Argentina, no Mineirão. Mas além de cantar “adeus Dunga”, pedir Zico para o seu lugar, aplaudir Messi e cantar olé, enquanto os hermanos tocavam a bola, o público presente soltou:

O Maradona Vai se F..., xxxxx yyyyy cheira mais do que você

Um doce (sem trocadilhos) para quem advinha quem é xxxxx yyyyy. Dica: o dito-cujo foi tema de um post recente deste blog

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A nova descoberta de Cabral

A guerra do tráfico nem deveria existir, fosse a população brasileira um pouco menos bestial do que é. Mas a evolução de pensamento dos brasileiros em relação á droga, não seria suficiente para por um ponto final na violência patológica que assola o país. É preciso uma política eficaz de distribuição de renda, além de um desenvolvimento social significante.

Mas vamos supor - como pensam os tucanos – que a violência é inevitável e só mesmo presídios suntuosos e polícia altamente armada possam coibí-lá. Ainda assim, a incompetência do estado é incontestável, já que, se a lacuna social deixada pelos governos é ocupada pelos traficante, a lacuna deixada na área da segurança, agora é ocupada pelas milícias.

Peca-se na emenda e no soneto

Mas agora, o Governo do Rio criou o disque milícia, para que os moradores – principalmente da zona oeste – denunciem esse grupos de extermínio. Não é genial? Era o que faltava para o pessoal do velho oeste contribuir com um governo tão presente naquela área. Agora, vão fazer como faz o pessoal do Morro do Alemão, caguetarem os assassinos da área, ao invés de os elegerem. Pois o estado protetor sempre estará lá para protege-los.

Parabéns Cabral você descobriu a zona oeste!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Vou torcer para Argentina!

É um belo país, com uma bela bandeira, de personagens belos como Che Guevara. Além disso, tem uma escola futebolística que me encanta mais que a brasileira, já que prima pela coletividade e consciência de que quem está almejando um lugar ao sol, durante os noventa minutos, é o país e não nenhum jogador específico.

Já a seleção brasileira não passa de um factóide, uma mentira contada de tempos em tempos e que parece mais real durante os período populistas. Foi assim com Getúlio, Juscelino, Geisel e nos tempos pós caras pintadas e pré Lula. Hoje, é uma historinha dura de engolir.

Na época do capital promíscuo e da sociedade anônima, não há hino ou bandeira, que nos convença que a América portuguesa é de fato um país chamado Brasil.

Tão difícil, quanto conciliar inúmeros estados, de culturas tão diferentes, e um só pais, é unir 22 jogadores, de diferentes salários, empresários e egos, em torno de um interesse coletivo, chamado seleção brasileira. Não se trata mais de 22 jogadores de times daqui, que convivem com os problemas e as alegria daqui.

São rapazes muito bem sucedidos, com grana demais pra se preocupar com um país que eles visitam de vez em quando. Sempre na pressa, sempre como turistas pela Granja Comary ou pelas avenidas da Barra.

Afinal, eles são brasileiros como eu ou você, que estamos nesse país de praia lindas e carnaval, juntando dinheiro para comprar dólares e irmos a Nova York beber wisk importado. Nosso patriotismo vem à tona, num show da Ivete Sangalo no Central Park, ou num passeio de havainas pela Chans Elise. Mas nunca, numa roda de samba em Madureira.

Torcer para a seleção brasileira é mais que um esforço, ou uma hipocrisia. È um exercício de abstração de se apaixonar pela irreal. Afinal este país não passa de um outdoor, para inglês ver e o FMI lucrar.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Muito Além do tráfico

Ser humano é um ser muito egoísta, classista e corporativista. Mas também é covarde pra burro. Morre abraçado aos seus interesses, exceto quando encontra alguém mais forte pela frente e, então, teme a morte. Acho que essa é lição que se pode tirar do ocorrido com os repórteres do Dia.

Aquela classe média indignada que foi pra cima dos dois adolescentes desvairados do caso Nardone, sumiu e não deu um pio sobre o caso. Os jornalistas (ô raça!) e seus corporativismo se revoltaram com isso, afinal se acham mais importantes que a Isabella e querem mais atenção.

Mas nessa egotrip, um dos principais culpados por toda essa história não foram lembrados, que são os donos do Jornal.

Tudo bem que existem aqueles velhos chavões – e por serem velhos e chavões, são totalmente contestáveis – de que o repórter tem que ir aonde está a notícia e de que a liberdade de expressão está acima de tudo. Mas os donos de veículo sabem mais que ninguém que há limites pra o trânsito do repórter e que a liberdade de expressão é algo desprezado até pelos próprio jornalistas.

Quer dizer então, que não sabiam que se meter no meio de uma milícia era perigoso? Sabiam – empregados e empregadores – e foram em nome do dinheiro. Agora os dono se esquivam dizendo que não sabiam da reportagem e que a impediriam, caso soubessem. Ou seja, o velho argumento patronal do século XVIII.

Este episódio não é o ápice da guerra do tráfico. É apenas mais um de uma guerra, anterior e inerente, entre capital e trabalho.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O Pulo da anta

Diogo Mainardi se livrou de pagar R$30 mil á Franklin Martins, num processo que respondia por difamação e calúnia. Tudo começou quando Mainardi e seus achismos acusou - sabe-se lá porque – Franklin de barganhar um cargo para seu irmão e jornalista Victor Martins, na Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Franklin respondeu em um artigo, Mainardi retrucou. Prevendo que o jornalista epiléptico e xiliquento só queria bater boca, Franklin foi á justiça. Lendo os três artigos, fica claro a difamação e não tão claro a calúnia, e mesmo assim Mainardi venceu.

Não sou um perito em direito, mas da pra afirmar que por trás de um péssimo jornalista, há sempre um bom advogado

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Os Xeinezes de Xerém

Silencioso, discreto, sutil, sereno, foi assim o fluminense em sua caminhada. O time de três cores conseguiu duas vagas para libertadores, mas assim como seu craque de quatro letras –diziam os céticos - o tricolor não tinha tradição na libertadores.

As luzes estavam voltadas para o sempre barulhento time da Gávea, criou-se a expectativa de time imbatível em casa, com tradição na competição. Esqueceram que tudo tem dois lados, e que as muitas participações do Flamengo na Libertadores denunciavam uma tendência ao fracasso – basta ver as três ultimas participações do time na competição.

Já o Flu, e suas solitárias participações, escondiam um pequeno detalhe, um time que só perdeu – até esta edição – uma vez fora de casa. Fator fundamental para o sucesso na Libertadores.

Mas todo mundo ficava ao lado do apelo popular rubro-negro. Era o duelo entre o Créu e o Chico. Entre aqueles que todos fingiam que fosse, e o que realmente era. Entre aquele que move a massa e o que faz história.

Aliás, como esse time parece com uma música do Chico. Humano, falível, encantador e irrestível. Capaz de tirar suspiros e sorrisos de supetão. Um time que embala quando desafina e que faz do erro uma ponte.

Até Chico parou para ver o fluminense e se empolgou – até parecia musica o Tom ou casa do Oscar . Nem mesmo o temível Boca foi páreo. No duelo entre Gardel e Chico, deu samba, bossa, fluminense.

Em um jogo, que parece ter sido escrito por Nelson Rodrigues a libertadores descobriu Dodô e único tricolor do mundo. Deve ter se perguntado como viveu tanto tempo longe deles e agradecido aos Deuses da Libertadores pela descoberta.

Esses deuses da Libertadores – cujo Renato Gaúcho é um enviado – ainda guardam, ao Fluminense, dois degraus até a glória . Mas para a história, o ultimo passo foi dado ontem.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Panic e Organic (eles voltaram)



A Policial que deu voz de Prisão ao zagueiro do Botafogo será homenageada na Câmara de. Pernambuco. Afinal o Estado lá, vai muito bem obrigado!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Inconfidência Mineira

Não à toa, Nelson Rodrigues dizia: Toda unanimidade é burra. Quando se fala só mal – ou só bem - de alguém há um grave problema. Ou em quem fala, ou de quem se fala. Em Minas, existe (ou existia) um conceito hegemônico sobre o governador Aécio Neves. Nunca vi um jornal mineiro criticar o correlegionário. Aliás, o primeiro que eu vi era francês, de esquerda e lá se iam 5 anos de mandato.

O governador tinha teto de vidro. Aécio era unha e carne de gente naipe de Ricardo Teixeira e dos irmãos Perrela. Queridíssimo do pessoal do DEM mineiro, um dos piores do Brasil (se é que da pra dizer que existe melhor o pior nessa laia), mas nunca foi questionado.

O cara sempre passava pelo papel de bom vivam. Só aparecia bem vestido, ao lado de loiras, e em grandes festas. Seu braço direito não era ninguém da política, e sim o boçal narigudo que acredita na tropa de elite e é incapaz de pronunciar as palavras.

O governador, que foi eleito e era pago com dinheiro público, dava lugar ao galã Aécio que fez até o PT pular a cerca.

Aécio era o avesso de Lula e Chavez. Se os dois tinham suas facetas políticas – que é única diz respeito a população – sucumbidas por traços de personalidade até certo ponto caricatos, o charmoso Aécio aparecia a meia noite pegando geral na mangueira e ninguém se interessava pelo o que ele fazia em Minas das 9 às 18h.

Havia algo de estranho. Foi Descoberto!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

1988 o ano que não começou...




O Supremo Tribunal foi criado a partir da constatação da impotência da democracia, diante de assuntos delicados. Em tese, a opinião pública estaria viciada e desgastada diante de debates complexos, por isso, o Supremo seria uma espécie de Talismã. Ele surgiria com uma opinião menos idiossincrática e botaria um ponto final nesta questões tão paradoxais.

Mas não é bem assim, cada vez mais o tribunal está tão falível quanto qualquer mortal. Isso ficou claro na questão das células-tronco. Uma questão, que ao meu ver, deveria ter ficado a cargo dos especialistas em pesquisas desse tipo, foi para o STF e denunciou a contaminação do Estado laico brasileiro pelo catolicismo.

O Placar apertado de 6 a 5, talvez fosse reproduzido em uma paritária com a torcida do Flamengo ou com qualquer família em um almoço de domingo. Então porque do STF? Que de supremo não tem nada.


Sintomas claros de um país que da democracia só absolve a parte burocrática. Que em nome do cumprimento da lei, comete os maiores absurdos e protagoniza os espetáculos mais grotescos. Como foi o caso do Estádio dos Aflitos.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O Eterno Retorno


Zé Carlos foi para a bola, sob o meu descrédito e as vaias de mais 60 mil corintianos. Bateu, Felipe defendeu. Acabou. Era o último acorde de uma ópera, a gota que resta, a veia que salta, o desfecho da festa.

Enquanto isso, o tricolor (único) de Chico empatava com o Boca fora de casa. Se tornava, talvez, o time mais respeitado da América e talvez o que mais respeite na América o Botafogo, de quem perdeu três vezes, neste ano. Puro Paradoxo.

Sentei para tomar alguma coisa. Prometi que nunca mais veria futebol, além de ir andando da São Clemente até a Siqueira Campos. Parei, pensei. Talvez, Cuca devesse mesmo sair do Botafogo. Só Nietzsche faria aquele time forte. Mas não sei se daria certo diante de uma torcia tão schopenhaueriana.

Segui pelas ruelas de Botafogo, rumo á Copacabana. Lugares perigosos, daqueles que nossa mãe teme e pede para que não passemos. Balela, os tempos são outros. A morte já esta banalizada. Escasso, mesmo, são os gols. Esses, sim, tem peso de uma vida. E ontem eu tinha morrido duas vezes, permanecido vivo e agora era um corpo sem alma vagando pela rua.

Um menino de rua me pediu umas moedas. Eu não tinha, nem as moedas, nem idéia de sua dor - nem ele da minha. Minha dor era uma dor da classe média, adquirida na prateleira, ao lado das giletes, dos enlatados – bem longe da felicidade. Em frente à sede do Botafogo, escapou da minha garganta, o hino do clube. Desisti também da idéia de ir a pé pra casa e chamei um táxi.

Quando acordei hoje, de uma noite mal dormida em que sonhei, não sei quantas vezes, com outro final para a partida, me belisquei. O Botafogo estava mesmo fora, na rua me deparei com um sol desrespeitoso – todo torcedor deveria ter direito á um dia chuvoso em caso de derrota.

Mas minha maior surpresa, foi ver que a primeira bandeira do dia que eu avistei era do Botafogo. E o Botafogo estava presente também em camisas, espalhadas pela cidade. Solitárias, posto que estrelas.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Bravo Tricolor

Já faz uma semana, mas os séculos serão insuficientes para se esquecer do que aconteceu quarta passada, no Maracanã. Maracanã não é um estádio, é um templo onde o impossível se torna improvável e volta e meia se torna, também, realidade.

Há espaços, nele, que só seus maiores arcanjos conhecem e sabem como utiliza-los. Quarta, o Fluminense e seu querubim, Tiago Silva - com potencial para ser arcanjo - venceram graças a esses espaços indetectáveis, pelos estudiosos da tática.

Conca soube usa-los em seus dribles, Thiago Silva evitou que Adriano os usasse, Dodô – O anjo caído – soube encontrar um desses buracos entre as pernas de Rogério Ceni, Thiago Neves achou outro no meio de três zagueiros e Washington estava lá com sua cabeça.

O Fluminense era um garoto inexperiente e franzino, de 19 anos. O São Paulo um império - ou um imperador - hegemônico sempre ressurgindo das crises. Mas Adriano se apequenou diante de Tiago Silva. A habilidade sucumbiu a força, a aceleração e a velocidade. Mostrou que as máquinas no futebol são movidas por paixão e habilidade, e o pragmatismo não cabe, pelo menos no tempo sagrado do futebol.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O anjo caído, e a volta de Amado Pinheiro

Onze, entre dez, analistas da mídia previam uma irreversível perda de espaço dos veículos impressos para outras mídias. Os jornais despencavam em queda livre de uma varanda, quando se depararam com inúmeros balões de gás hélio e foram temporariamente salvos

É isso que constatou uma pesquisa do projeto Inter-Meios, parceria do jornal Meio e Mensagem com as principais empresas de comunicação do Brasil. Segundo ela, a receita publicitária cresceu em média 15,48%, em relação a maio de 2007.

Vale lembrar, que já em maio de 2007, os jornais haviam registrado aumento das receitas publicitárias. Mas vale lembrar também, que esse crescimento está recheados de variáveis que podem aumentar consideravelmente a venda de jornais, como por exemplo; grandes crises econômicas e escândalos nacionais.

Olhando por esse lado, a família Nardoni e sua novela funcionaram como balões de gás-hélio, que impulsionaram as vendas dos jornais. Ou seja, através da cobertura a lá Amado Pinheiro – personagem de Nelson Rodrigues – dada ao caso do anjo caído, os jornais voltaram a respirar.

Basta saber o que fazer quando o balão murchar, ou, pelo menos, ter mais prudência do que o aquele famigerado padre e não tomar um caminho sem volta. È preciso que a mídia impressa sobreviva, mas sem vender sua alma à publicidade. Isso seria um coma induzido.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

As Balas são outras

Quinze dias após o MP proibir a passeata pela legalização da maconha, a Prefeitura de São Paulo obrigou todas as boates a oferecerem água grátis, para seus frequentadores. Não se trata de um avanço no debate sobre as drogas, apenas demonstra que a classe média paulistana tem muito mais força, do que a carioca.

Só irei acreditar que a sociedade realmente evolui no que tange a questão dos dependentes, quando a classe média paulistana lutar em prol dos dependentes de craque. Ou, quando, a classe média (alta) carioca quiser a legalização da maconha, não porque seu dinheiro – através da mesada, dada aos filhos – está indo para o bolso da PM corrupta, e sim, porquê o baseadinho fumado da varanda de seus apartamentos, gera problemas graves na Vila Cruzeiro.

Não se trata de construir um discurso alá Tropa de Elite, mas apenas identificar qual os verdadeiros problemas que a droga acarreta. Muito mais urgente do que evitar constrangimentos no posto 9 ou casos de desidratação na Villa Olímpia, é preciso preservar aqueles que sequer usam drogas, mas que, ainda assim, morrem por ela.

Seja nos morros cariocas, Seja na crackolândia paulistana.

Até hoje, o que se vê de discussão acerca dos usuários, na verdade não passa de uma mobilização da classe média para adiantar o lado dos seus filhos. È uma discussão válida, pois a politica de redução de riscos é urgente.

Mas, mais urgente ainda é o direito à vida daqueles que nem usuário são. Daqueles, vítimas de balas muito menos colorida do que a classe média imagina.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Há vida sem as organizadas



Fui ao jogo do Botafogo, nesta quarta, no setor do Engenhão dedicado aos clientes de uma cartão de crédito.

Não sei se sou contra ou a favor, desta privatização – que pode ser apenas uma privação. Acho que o futebol é magico por devolver à sociedade capitalista valores tão ausentes nela. O grande problema é que o futebol já se privatizou e os clubes que se recusarem a esse processo, podem cair no ostracismo.

Pensando por esse lado, o setor é uma brilhante idéia. Bem menos fanfarão que o marketing ufanista rubro negro. Cadeiras numeradas, por um preço dentro da média; dezenas de mocinha bonitas para dar informações aos torcedores e uma suntuosa decoração. Fotos que contam a história do Botafogo para os mais novos, tecnologia avançada para impressionar os mais velhos. Além de banheiros, muito mais limpos do que de qualquer shopping center.

Por um momento, imaginei jornalistas estrangeiros vindo ao Engenho de Dentro para narrar a reestruturação de um clube brasileiro, que revelou Garrincha. Falariam tudo o que eu falei, e acrescentariam a ausência da organizadas.

Mas estamos no Brasil, e o Brasil sem os brasileiros não é o mesmo. Nas arquibancadas as organizadas faziam falta. Faltavam bandeiras, faixas, tambores. Havia pouca gente no estádio e somente o retumbar de um surdo, para envolver todo o estádio e transformar aquela torcida em uma coisa só.

Mas aos poucos, os torcedores órfãos e desorganizados aprenderam a se virar. Cada um da sua maneira, apoiava o time, com a espontaneidade que o torcedor botafoguense tanto tem. Essa coisa de massa uniforme é bonito lá pros lados da Gávea ou da Alemanha.

No momento do gol, cada setor do estádio entoava um grito, todos com o mesmo mote. E de fatos os jogadores sentiram.

As organizadas sempre serão bem vindas, desde que saibam que não são donas do clube e que não farão tanta falta assim. Afinal, a estrela não se incomoda de estar solitária.

Galinha verde

Da revista :: Zé pereira

O deputado federal Jair Bolsonaro desrespeitou ontem o ministro da Justiça, em reunião da comissão da Câmara sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, acusando-o de "amigo de terroristas". Tarso Genro rebateu chamando-o de nazista e Bolsonaro deve ter rido por dentro. Porque Bolsonaro não é nazista. É apenas um espertalhão que vende uma visão deturpada de honestidade para cidadãos pouco esclarecidos. Para ele, o xingamento do ministro foi uma vitória. O seu eleitorado gosta.

Fosse honesto, Bolsonaro não se locupletaria às custas daquilo que diz desprezar, a democracia. Em vez de estar na Câmara, estaria de pijamas conspirando num clube militar. Mas, esperto que é, ganha a vida enganando militares ingênuos que acreditam que ele está na política para defender os direitos deles. E faz isso tão bem que levou a sua corriola a reboque - tem filho vereador, filho deputado estadual e chegou a eleger a mulher também.

Não há diferença entre Bolsonaro e Fernandinho Beira-Mar: ambos negociam o ilícito. Só que o esperto Bolsonaro se faz valer das vantagens do foro privilegiado. Sabe que pode falar e fazer o que bem entender que jamais vai ser preso. Finge combater a impunidade e a usa em proveito próprio. Diz que é a favor da tortura, da supressão dos direitos individuais e até da execução sumária. Durante a campanha do referendo das armas, chegou a dizer que atiraria numa criança que se aproximasse dele na rua - e aí, juiz Roberto Câmara Lacé Brandão, isso não é apologia ao crime não? E sabe que a sua maior bandeira, a pena de morte, é um tremendo engana-trouxa, pois não há a menor possibilidade de que ela venha a ser adotada legalmente no Brasil.

Porém, mais do que espertinho, Bolsonaro é um fanfarrão boçal que só conhece a força como argumento. Na hora do pau, deixaria as penas para trás, como fizeram os integralistas.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Vai a ministra, vem o assessor

Chico Buarque sempre foi implacável com as mulheres; Ana, Cecília, Iracema, Rita e outras. Seu xará, o Santo que dá nome ao Rio, desta vez, derrubou Marina.

Menina direita, posto que da esquerda, do interior, trabalhadora comprou uma briga feia por Chico. O achava intransponível. Se desgastou demais com sua família – a base aliada - e caiu. Não havia clima para ficar, vai ter de se mudar.

Vai pro mundo, ou melhor, para o Senado.

E o mais engraçado de tudo, foi que o sempre inacessível Lula, não disse nada sobre o assunto. Não disse nada à imprensa, pois disse a Aécio Neves, que repassou a informação aos jornalistas.

Lula perdeu uma Ministra, mas ganhou um assessor. Ou melhor, ganhou, talvez, um sucessor...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Os Democratas e a Nação

Conceitos estão sempre á merce de serem desmentidos pela realidade. Mas algumas instituições precisam de um mínimo de bom censo, na hora de se auto-conceituarem através da palavra. É o caso do Partido dos Democratas e do Flamengo – time de raça amor e paixão.

Comecemos pela política. José Agripino Maia, do DEM, conseguiu ajudar Dilma Roussef a fazer o impossível. A ministra ia falar sobre o PAC, o maior factóide do governo. Além disso, teria que tratar do Dossiê contra FHC. Um tremendo abacaxi.

Mas com a pior da intenções, José Agripino Maia ajudou a descascá-lo. Foi dizer que ela mentiu aos agente da ditadura, que ele tanto apoiou. Resultado; Dilma ficou horas dissertando sobre seu passado de lutas, lembrou o passado obscuro do Senador e nem precisou a falar de seu presente ou futuro – no caso, a candidatura à presidência.

Já o Flamengo (há o Flamengo). Time de macho, não chora, não amarela, joga pra frente, tem um técnico genial, um artilheiro iluminado e uma torcida que não o deixa perder no Maracanã. Pois bem, isso na cabeça dos homens fortes do Flamengo.

Aliás esses homens fortes, em especial Márcio Braga e Michel Assef deveriam tirar o nome Flamengo do futebol. Para eles, o Flamengo deveria ser uma empresa de advocacia ou um bloco popular – ou melhor populista, como o time – na Gávea, para aristocracia de lá, no qual entrariam negros e pobres para animar a festa. Afinal, no âmbito jurídico e de promoção de festas o Flamengo tem dado show.

Mas em campo, a torcida se calou, chorou – assim como os jogadores -, o artilheiro iluminado dessa vez desviou para o próprio gol e o time do técnico genial tomou um gol de contra-ataque, quando ainda tinha ótima vantagem, mas perdia o jogo.

Assim o América também descascou seu abacaxi, com o gordinho Cabañas (Casa de Banhãs?)

E hoje o pessoal do “onde estiver estarei”, sumiu. E o pessoal do DEM, apareceu - até nos jornais – como vilões. Fazer o que se a vezes não dá pra ficar só no mundo das idéias? O pessoal da estrela – solitária ou vermelha – tá rindo a toa.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O Efeito Ronaldo

O Sr. PT, em 2002, quando saía, embriagado, da estrutura rumo à conjuntura, resolveu abordar uma garota de programa.

Não era um garota da Avenida Atlântica – leia-se Senado – como a lady Pmdb ou a lady DEM (que na época se chamava PFL). Era uma garota da Barra, fruto da nova burguesia, que se chamava lady PL.

Em 2005, curado do porre, com toda sanidade que o governo exige, o PT caiu na real. No meio da crise do mensalão mandou o “travecão” ás favas.

Lady PL, tomou um banho de loja, passou horas no salão, fez depilação à laser e mudou de nome. Se apresenta, agora, como lady PR. E ao que parece, o Sr.PT vai desfrutar de seus serviços nas eleições desse ano. A séxologa Marta Suplicy é uma da idealizadoras. Relaxa e Goza!

De Casto Alves a Pinóquio

"A estupidez é a essência do preconceito.”

A frase é meio vazia, até certo ponto óbvia. Não sei em que contesto foi dita, nem seu autor. Mas rendeu a Gustavo Castro Alves, uma tremenda dor de cabeça. Por culpa dela, o advogado foi detido e vai responder processo, por apologia ás drogas.

Na verdade, não foi exatamente a frase que lhe rendeu tamanha dor de cabeça. Na verdade foi o imperativo que lhe seguia: “Legalize Cannabis”. Mas do que isso, foi também o local onde foi exibida; no Arpoador, zona nobre carioca. Em Bento Ribeiro, não aconteceria nada.

A verdade é que a prisão dele é próxima do ridículo. Se eu saio com uma camisa escrita legalize o aborto, ou legalize a união de homossexuais, não estou tentando convencer ninguém a abortar ou virar gay. Estou apenas lutando pelo direito dos que já estão convencidos a fazerem aquilo – e farão, independe desse delírio dionisíaco chamado lei.

O caso de Gustavo não é diferente. Ele como advogado tentou dar uma solução legal ao problema das drogas, mas foi reduzido a um publicitário de um produto ilegal. Sua frase era de protesto e não uma assinatura de campanha.


Há quem acredite que a sociedade é feita de fantoches e que qualquer frase mais incisiva, possa ser uma apologia. Pode ser. Mas se for o caso, chamem o “Gepeto” para liberarem o “Pinóquio”. Mas não impeça o grilho de cantar...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O “Cansei” do Carioca


Ver crianças com o rostinho do meu filho fumando maconha na praia é muito triste - Argumentava a vereadora Silvia Pontes (DEM-RJ), organizadora da marcha contra a maconha, promovida, neste domingo, em Copacabana. A marcha seria um contraponto em relação a marcha pela legalização da maconha. Seria, isto porque o MP proibiu a manifestação que ocorreria no posto 9.

Silvia era um retrato das pessoas envolvidas, na marcha-contra-marcha. Reacionários da velha (Partido Integralista) e nova (DEM) geração, com argumentos egoístas e infantis, davam um clima de revolta de elite à manifestação. Aos moldes do “Cansei” paulista

A semelhanças não eram só essas. Tanto lá, como cá, o choro gratuito da meia dúzia tinha apoio de uma ala retrógrada do judiciário, aquela mesma que proíbe a pesquisa com células-tronco.

Se no cansei haviam os que se diziam ex-pobres, na marcha havia os que se diziam ex viciados. Lá, – os ex pobres – eram, na verdade, estudantes de colégio público, hoje membros da Fiesp. Cá, – os ex viciados – usaram maconha três vezes e hoje são do remo do Vasco.

Nada contra o Vasco, Flamenguistas e Botafoguenses estavam no Maracanã e o fluminense não tem remo.

Lula não passou em branco e foi culpado pela rodinhas de baseado no posto 9. Até mesmo a ironia dos movimentos era a mesma. Ou seja, a manifestação tendo seus propósitos invertidos.

Lá, havia o questionamento á um presidente eleito. Cá, o questionamento a uma discussão, mais que cabível, urgente. Nos dois casos, o movimento era fruto de um preconceito que esconde interesses não divulgáveis.

Se faltou quorum aos cansados. Também faltou fôlego aos saudáveis moralistas, que saíram do posto 5 e nem chegaram ao 6.

Os cansados daqui viraram fumaça.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Botafogo, bota fogo!

Carta Aberta de Organic (personagem de Panic e Orgnanic)

Novamente calhou de Botafogo e Flamengo decidirem o campeonato carioca

Novamente calhou, de no mesmo dia, acontecer uma passeata pela legalização da maconha em Ipanema. Isso se o MP não embarreirar, como fez na Bahia.

No maracanã, Botafogo será um time. Uma escolha pouco óbvia, para alguns. Uma predestinação celestial, para outros.

Em Ipanema, Bota fogo será uma ordem. Um imperativo, a tradução quase literal de um disco do Bob.

O pessoal do Botafogo será, provavelmente, mais numeroso no Maracanã do que em Ipanema.

Movidos por um egoísmo altruísta, de ter uma satisfação instantânea, que na verdade nem é sua, mas que se toma emprestada momentaneamente. Serão regidos pela paixão.

Em Ipanema, um engajamento viciado. Rejeitará qualquer régia. A não ser, lógico, as régias do vício – pois maconha vícia sim, como futebol, sexo, televisão e ignorância.

Mas independente da quantidade, o pessoal do Botafogo será sempre minoria. Já que representa a quebra de paradigma de uma sociedade industrial e uniforme.

Serão sempre vistos como loucos e sofredores. Ou por chorarem inclusive na vitória, ou por terem os argumentos mais consistentes contra a liberação da tal erva que fumam.

Contradição? Não. Sensibilidade para ver o paradoxo inerente a tudo

Impossível prever os desdobramentos da passeata e do jogo.

Mas alheio a isso, o pessoal do Botafogo sempre fará valer o direito alienável da individualidade.

Individualidade que nos permitir ser, loucos sofredores, caretas... iguais.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Deixaram o homem se (re) reeleger

Este Blog anda às moscas. A partícula de tempo que sobrou para este signatário se dedicar ao blog é menor que o pentelho de um mosquito. Mas vamos lá...

Sem muito alarde, Lula atingiu mais um índice de aprovação nunca visto na história desse país – com o perdão do chavão.

O terceiro mandato está batendo na porta do Brasil.

Em partes, porque a parceria imprensa/tucanos nocauteou todos os possíveis sucessores de Lula – e nocauteará , quem se propôr ao cargo. Em partes, porque o povo dificilmente irá desenhar o sucessor de Lula a tempo das próximas eleições presidenciais.

Lula, já conquistou o direito de um terceiro mandato para o PT, e se ninguém se candidatar, vai ele mesmo. De novo, com a força do povo - e da expressão.

A pesquisa da CNT/Sensus também avaliou que 98% dos entrevistado sabiam do caso Nardoni. A incrível audiência deste Reality Show, o estado bucólico da política são fatores que se somam a minha falta de tempo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sangue nos olhos, lama nos sapatos...


Condenem logo o pai e madastra de Isabela, se é que eles ainda não foram condenados. O nariz da opinião pública - norteado pela mídia e novamente metido onde não deve - não vai permitir outra sentença que não seja a prisão do casal. Tudo bem que eles realmente podem ser os autores da tremenda atrocidade da qual são suspeitos, mas e daí? O que nós temos a ver com isso?

O caso não é de interesse público, mas se tornou de interesse do público. É mais um, entre inúmeros casos patológicos, com coberturas patológicas e reações patológicas. A violência do crime, se instala na mídia e contamina a opinião pública.

Não há reflexão em nenhuma das três partes, que ainda tentam impedir a reflexão por parte da lei. Já que a novela não pode durar muito, pois senão a audiência não aguenta.

O fato é que casos como esses comprovam que a violência, tem muitas causas, mas há uma parcela dela associada a própria natureza humana. Não somente a natureza dos pais de Isabella, mas a natureza de qualquer um. Dos que noticiam, aos que lêem a notícia.

Essa violência, por algum lugar, vai ter que escoar. Sendo assim, uma tragédia na burguesia, noticiada de forma sensacionalista, é um bebê inofensivo em uma varanda. Pronto pra ser empurrado...

terça-feira, 15 de abril de 2008

This the end, my friend?



Romário é o esteriótipo, do pior que o carioca pode ser. Muita grana, pouco estudo. Acha que pode palpitar sobre todos assuntos, devido ao seu vasto conhecimento filosófico, adquirido nos intervalos das peladas no leme.

Como é exceção a regra, adora uma extravagância para ressaltar que é raridade. E as extravagâncias parecem bem maiores, quando feitas pelo baixinho. Como escudo contra óbvio – tratarem como ridículo – tem uma marra gigantesca.

Viola, Carlos Alberto, Jean, Souza são discípulos de Romário. Um jogador com caracter bem duvidoso, mas que anda no ritmo que a banda toca - ou seja faz, o jogo de uma sociedade de caracter bem duvidoso. Mas se diferencia dos demais, não só pelo talento, mas pelo cinismo.

Palavrinha bem conhecida no meio esportivo, vide Galvão Bueno. Romário se finge polêmico, quando na verdade é apenas ignorante. Não diz coisas impensáveis, mas sim impensadas. Lógico que as vezes,isso soa engraçado.

Por isso, essa sinceridade quase animalesca, fará tanta falta ao futebol. Já que Chulapa e Caju, andam sumidos e apenas Joel sobrou. Mas o Romário fará mais falta – como já vinha fazendo – dentro de campo. Pois é lá que ele existe, Romário precisa aprender, agora, a ser gente e não apenas centro-avante. Como tal, ele já foi canonizado.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Portela! Portela!


Queria postar algo mais consistente, mas a falta de tempo tá grande. Antes isso do que nada.


Paulo é nome do meu pai. Paulo é o nome do maior sambista vivo. Seu instrumento é a viola, sua escola é
a Portela de Paulo. Paulo quando sacralizado, se tornou uma figura chata; São Paulo. Lugar de Paulo não é o céu, é em Madureira. O azul de Paulo não é do céu – nem do mar – é do Rio, que passou em nossas vidas.

Hoje a escola de Paulo – da viola, da Portela ou deste blogueiro – faz 85 anos. Paulo, seu fundador, morreu há tempos, na verdade 59 anos atrás. Brigado com seu grande amor, que nasceu em uma quarta-feira - não de cinzas, mas de azuis.

A portela seguiu seu desfile pela passarela da vida. Mesmo não estando muito bem na Sapacuaí, nestes últimos anos. Em partes, culpa do exagero técnico promovido pelas escolas campeãs. Mas a portela de harmonia e ritmo vai muito bem. Em tradição é nota dez, como poucas...

Parabéns Portela!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A vitória do pasmem!




Parecia um confronto entre duas, das sete maravilhas do mundo – Machu Pichu e Cristo Redentor - embora o futebol de nenhum dos dois times fosse, de fato, uma maravilha.

O time peruano, diante da sua torcida e sobre tamanha altitude, era favorito. As chances do Flamengo eram do tamanho do Cristo Redentor, as do Cienciano do tamanho do Vale dos Incas. Embora forças que elevaram o Cristo ao nível de maravilha, dissessem que os dois times tinham chances iguais. Não tinham.

O Cienciano, de Guevara, provou isso desde os 25 minutos da primeira etapa, ainda que sem Guevara. Para quem não se lembra, Guevara fez parte da seleção de Honduras que eliminou o Brasil de Felipão na Copa América de 2001 e chegou ao vice-campeonato.

Mas, de repente, baixou o espírito no Flamengo de Souza. Não um espírito Inca, mas um espírito incapaz de perder para times medianos, onde quer que seja. Um espírito de uma equipe de mais de 25 anos atrás, que vestia uma camisa muito parecida com aquela que o Flamengo trajava, naquela noite.

Tanto que Souza (pasmem 1) fez boa jogada para o gol de Renato Augusto. Toró se envolveu em uma expulsão, mas (pasmem 2) não foi a dele.

Com um a mais, Toró (pasmem 3) aumentou. Nos acréscimos, Juan marcou o terceiro de falta (pasmem 4). E o Flamengo venceu a primeira, no ano, fora de casa (pasmém 5) e por três gol de diferença (pasmém 6). Algo que não acontecia sabe-se lá desde quando. Assim, provou que o Brasil dos Souzas pode aprontar na América latina dos Guevaras.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Vã filosofia


Deixa eu ver se eu entendo...

O Globo traz a manchete: “Dilma agora aciona PF só para apurar vazamento.”

Dados sigilosos saem na imprensa, a imprensa – dentro do seu direito – não divulga as fontes. O governo – diante do seu dever – aciona a PF para apurar o caso. O Globo acha isso desnecessário, assim como acha que pode convencer a população do que deve fazer, ou não, o governo. Resultado: O globo mendiga suas assinaturas, o governo transborda de tanta popularidade.

O homem responsável pela dengue tem nome e endereço - eletrônico inclusive – mas ninguém divulga. Enquanto que meses atrás, uma epidemia que só existia na cabeça da imprensa foi atribuída ao Lula. Acho que os manuais de jornalismo, devam ser substituídos, pelo livro Alice no país das Maravilhas.

Por falar em imprensa, hoje a Associação brasileira de imprensa faz 100 anos. A imprensa não noticiou o centenário de sua associação. Afinal a Associação prega ética á uma imprensa dionisíaca. Parabéns ABI!

O dono do hino mais bonito do futebol brasileiro, o América, foi rebaixado ontem pela primeira vez na história. Estranho, por que desde 86 não disputa a série A do brasileiro. Sabe-se lá, a CBF, porquê.

Já o Ipatinga, novo integrante da série A, foi rebaixado no mineiro. Tido, por muitos, como um novo São Caetano e com potencial para ser o segundo time de atleticanos, americanos e cruzerenses, já decepciona. Como quase tudo que os Perrelas superestimam; seja na política, seja no futebol.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O processo


Os tribunais nasceram contaminados com a mesma utopia que os jornais. A incrível balela que homens de carne osso se livrariam de suas idiossincrasias e fariam julgamentos isentos, persiste ao longo dos anos.

E esta utopia, vai sendo propagada, na medida em que o número exorbitante de variáveis que envolvem uma equação humana, permite que nenhum resultado se torne absurdo - pelo menos aos olhos dos leigos.

Por isso os tribunais fazem o que bem entendem. Quando possível, atendem aos próprios interesses, livrando cara dos colegas de trabalho - ou de quem tem mais força política. Este foi o caso da delegada absolvida, que permitiu a prisão de uma menina de quinze anos.

Mas se há muita pressão da mídia é melhor não polemizar, deixe que ela determine os acusados e os inocentes. Afinal nefastos por nefastos, fiquemos com os jornalistas que tem mais voz que os advogados. E neste país uma frase de jornal atribuída (!) a uma criança é uma prova irrefutável.

Em resumo, isso explica as proezas obtidas pelos homens da lei, nesta quarta-feira. Seja no futebol, na própria justiça ou na sociedade civil. Enquanto advogados, políticos e jornalistas se meterem nos julgamento a lei não será livre. Livre para cometer suas atrocidades idiossincráticas

Panic e Organic

terça-feira, 1 de abril de 2008

Conversa de 44 anos atrás...



Dois generais discutem como conduzir o golpe realizado na madrugada anterior


- Parece que conseguimos de fato derrubar o Jango! Mas será que aguentaremos muito tempo? Será - que não haverá um contra golpe?

- Não, não. Quando a sociedade começar a se incomodar com esse golpe, nós promulgaremos uma ato institucional, limitando o direito de ir vir do brasileiro.

- E eles vão aceitar?

- Lógico, com a prerrogativa de que o país precisa crescer, acabaremos com aulas de filosofia, sociologia e entupiremos os jovens de números. Humanas será uma área do conhecimento que se restringe á memorização de verbos, sujeitos, datas, bandeiras, climas e relevos. Não haverá mais contestadores.

- Mas e esses que já existem?

- Vamos dar choque na cabeça deles até que eles fiquem mais débeis do que o povo todo

- O povo irá se revoltar.....

- Eles não vão nem saber....

- Caso saibam?

- Já vai ser tarde, ai vamos falar em abertura, mas lógico, lenta e gradual.....

- Mas como vai ser essa abertura?

- Nó vamos abrir eleições de novo, mas os meios de comunicação permanecerão do nosso lado e nós seremos os eleitos

- Como assim? Eles sabem quem nós somos?

- Mas mudaremos de nome. Vamos nos esconder atrás dos tucanos, vamos nos chamar partido liberal ou algo do tipo. Em alguns anos até poderemos nos chamar democratas e dizer que a esquerda que é tirana.

- Quanto ousadia! Mas ai o ensino vai ser livre?

- Teoricamente, porque criaremos o vestibular e iremos abolir a escola. Só existirão cursinhos....

- È, realmente seu plano parece convincente

- E é! Pode ser que demore quarenta e quatro anos para dar certo, mas dará!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Mosca na sopa


Tão pequeno, mas conseguiu unir governo e oposição em torno de um mesmo objetivo – que não fosse o mensalão.
Tão pequeno, mas colocou o pessoal do “Cansei!” e do bolsa família do mesmo lado.

Tão pequeno, mas fez com que a dor de Luciano Huck fosse a mesma do seu Odair, um gari que morava em bangu.

Tão pequeno, mas nos despertou do pesadelo de uma crise econômica catastrófica, para lembrar que somos muito menos. E que apesar de toda o determinismo econômico, estamos à merce da morte pela picada de um mosquito.

Enquanto isso, Lula chega a 73% de aprovação. Prova que os factóides plantados pela mídia, são bem mais insignificantes que ovos na água parada.

E como as águas do Brasil permanecerão inertes, Lula irá fazer seu sucessor. O sucessor de um presidente que mosquito nenhum derruba.

terça-feira, 25 de março de 2008

Galo: dono do tereiro, mas sem crista


Uma homenagem ao Clube Atlético Mineiro, que há cem anos caminha contra o vento...

Fala pro cês que num foi fácil viu? Na base da bola de meia, na beirada de um barranco, matando aula pra jogar bola e fazer história.
Como que o tempo voa, já faz cem anos isso sô! Parece que foi ontem que nois ganhemo o primeiro título nacional de um clube desse brasilzão! E mais tarde conquistemo o primeiro campeonato brasileiro!

Antes né, já eramos o maior campeão mineiro! Na época em que todo mundo só falava do cruzeiro, fomo lá e derrubamo o João Saldanha. Ganhamo do time que ia se Tri, com dois gol do Dadá. Que o João não convocava de jeito maneira. Ô sujeito teimoso sô!

Mas o Jão era boa pessoa, comunista. Gente do povo, quinem o Reinaldo. Contestador, engajado, bem mió que o tal do Tostão. Craque, inteligente...mas mansinho demais!

Tivemo que lutar contra o juiz também. Em 77 ele foi são paulino, em 80 flamenguista. Mas o mineiro que só é solidário no cancêr, foi gente boa na derrota também. Cantaram o hino e fizeram mais festa que as marias de São Paulo.

Ai veio Marques, Éder, Cerezo, Gilberto Silva, Tafarrel e Comenbol. Duas por sinal, mas título e coisa pras marias, fazer o quê? Nois temos mais que isso, temo torcida uai...

quarta-feira, 19 de março de 2008

O homem, o menino e nós...


Era um Colora pomposo e preto, um motorista branco, tão robusto quanto o carro. Igualmente agressivos, o carro e o dono, cada cal a sua maneira. O primeiro estacionado, o segundo inerte, na sua ignorância, chacoalhando um menino. Iguais a milhares, de cabelos ralos e oxigenados, de camisa de colégio público.

Sua mãe e seu pai, sabem que você rouba? - Dizia o homem que se dizia policial.

O menino nada falou. O Homem não estava nem ai para sua resposta, como não se importaria se ele nem tivesse pai ou mãe. Para os policiais - que se orgulham de não terem nível superior - muitos verbos são intransitivos: questionar, agredir, humilhar e extorquir.

O homem segurava uma faca, as pessoas ao redor, diziam que ela foi usada para ameaçar a filha dele.
Tudo isso acontecia em frente ao colégio que o menino estudava.

Todos para dentro! Berrava a professora

Senta ai! Esgoelava o homem

Ambos com uma autoridade perplexa, diante da complexidade do fato. Tendo como combustível a ira e como resultado o medo - que com certeza se tornará revolta.

As crianças entraram, o menino sentou.

O olhar das crianças era de perfeita compreensão, pois a sociologia da miséria não tange os policias, muito menos os professores. A faca foi entregue a professora. Era uma faca dessas de restaurantes populares, sem serra. Inofensiva, se comparada a outras armas que existem por ai, como imunidade parlamentar, por exemplo.

Apenas uma senhora defendia o menino, com o argumento óbvio, de que violência não se combate com violência. Mas vai dizer isso a professores e policiais que tem o compromisso social intransigente de conseguir compra um Corola.

Os demais tinham seus segundos de especialistas em segurança. Palpitavam em qual a melhor punição para o menino. Lembravam de inúmeros casos de violência urbana. Mas não pensavam em questionar em como um policial, por melhor remunerado que fosse, teria uma carro de 150 mil reais. Isso porque, ele admitiu ter quatro filhos.

As vezes, as taxas de criminalidade me surpreendem. Dada a precariedade da sociedade, deveriam ser bem maiores.

Homenagem aos 200 anos da publicidade no Brasil.*


Estudiosos divergem quanto a data exata do primeiro anúncio nas Terras de Vera Cruz. Mas sabe como é? Para publicitários não existem fatos, só versões....

Panic e Organic

terça-feira, 18 de março de 2008

Perdemos feio


Pelé e Maradona marcaram gols marcantes.

Em um deles Maradona correu, raivoso, cuspindo em direção às câmeras.

Em um deles, ou melhor, no milésimo deles, Pelé homenageou as criancinhas de rua.

Ambos estavam ébrios. Maradona de efedrina, Pelé de demagogia.

Maradona foi pego no anti-doping horas depois.

Pelé foi flagrado, anos mais tarde, dando um calote no Unicef.

Maradona tem tatuado no braço Che Guevara. Figura polêmica, Herói argentino.

Pelé tem tatuado no dna a mania de clamar por um mundo melhor, e não faze-lo quando está ao seu
alcance. Um vilão Brasileiro.

Dentro de campo Pelé foi superior. Assim como o Brasil.

Fora dele, Maradona. Assim como a Argentina.

Pelé é um retrato de um país tão talentoso quanto inócuo

Maradona o retrato de um país petulante, como soa toda a inteligência que destoa

E o retrato de Pelé ao lado do Ricardo Texeira diz tudo

Enquanto o de Maradona, ao lado de Fidel, Chavez, Morales - ou seja lá quem for - deixa a pergunta:

Não seria melhor ser derrotado, somente dentro de campo?

segunda-feira, 17 de março de 2008

Reunidos e desagregados

Deu na Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira, durante o programa de rádio "Café com o Presidente", que os programas governamentais destinados a aumentar o número de universitários no Brasil são responsáveis por uma "pequena revolução" no sistema educacional.
Revoluções nem sempre vem para o bem, é preciso ressaltar. Mas vai dizer isso para o pessoal da extrema esquerda. Caso diga, lembre então, da revolução industrial só para mostrar que não está de mãos vazias.


Porque eu digo isso? Porque sei bem que essa declaração do Lula, vai doer muito mais no calo da esquerda, do que no calo da “oposição de ocasião”. O presidente referiu-se ao Reuni, o programa que causa ojeriza em onze entre dez Dces, das faculdades que aderiram ao programa.

Dces esses, que são focos da ideologia dos partidos da extrema esquerda. Reitorias essas que são focos da ideologia do Governo Lula.

Essa instrumentalização ideológica das partes envolvidas, já torna o assunto ainda mais polêmico. Por isso, como pauta para outro trabalho que desempenho, em janeiro último, tentei fazer uma matéria que poria fim nas minhas dúvidas - e esclareceria o assunto para quem quisesse ouvir.

A pauta caiu, as dúvidas não – embora fraquejaram consideravelmente. Um dos dois lados não quis falar e, pasmem, foram os estudantes. Há aquele velho ditado de que quem não deve não teme, que lembra aquele outro: “quem cala consente”.

E este silêncio me fez inclinar mais para o lado do governo, embora sem grande convicção. Pelo simples motivo, que os maiores questionamento feitos pelos Dces, foram esclarecidos pelo Mec. Enquanto o contrário não aconteceu.

Aqui fica o espaço para quem quiser se pronunciar. Acredito que liberdade de imprensa pode ser um eufemismo burguês. Só não espero, que a "expressão festiva", se torne uma verdade incontestável.