quinta-feira, 26 de junho de 2008

Essa é eu pulo

O MP gaúcho vai apurar denúncias de ilegalidade e comportamento ante democrático por parte do MST. As denúncias foram feitas com base em livros de autores como Goethe, Paulo Freire, Che Guevara e Russeau.

Imaginem só se o MP descobre minha coleção de Cheech e Chong. Vão me acusar do que?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A pressa foi inimiga de Jamelão

Tudo bem que você andava descontente com o mundo e não era pra menos. Mas pra que a pressa? Você, nesses 95 anos, sempre primou pela calma. Tudo bem que nos últimos meses a vida estava dura; não bebia, não fumava, nem compunha. Nem mesmo, comia feijão aos sábados na quadro, mesmo quando te homenageavam na roda.

Naquele sábado, sei que não foi diferente, você não quis descer. Nesses momento de tédio, a insatisfação com mundo vem a tona, né? O Eurico no seu Vasco, o funk no seu samba, a polícia no seu feudo. A presença branca nas quadras, que escondia a privatização do samba, e, quase imperceptivelmente, expulsava os garotos da comunidade para fora da feijoada da estação primeira, que agora era um privilégio de quem possuía Visa Electron.

Você preferiu ficar em casa, comeu o feijão da Mangueira (esse sim continua o mesmo) em uma quentinha enquanto ouvia, num velho LP, uma parceria sua com Cartola. Deu saudades e, durante a digestão e audição, você foi visitá-lo.

Mas podia ter esperado. Nem viu o Dinamite vencer o Eurico. E o pior de tudo, foi uma semana antes de ver o Paulinho também da viola, do Vasco e do subúrbio tocar para um Circo lotado e inflamado. Perdeu, poderia chegar ao céu e dizer convicto ao Cartola, que o samba vive.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uai, Uai, Uai, Uai... Minas Gerais

A mídia adorou a espontaneidade da torcida mineira, no jogo contra a Argentina, no Mineirão. Mas além de cantar “adeus Dunga”, pedir Zico para o seu lugar, aplaudir Messi e cantar olé, enquanto os hermanos tocavam a bola, o público presente soltou:

O Maradona Vai se F..., xxxxx yyyyy cheira mais do que você

Um doce (sem trocadilhos) para quem advinha quem é xxxxx yyyyy. Dica: o dito-cujo foi tema de um post recente deste blog

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A nova descoberta de Cabral

A guerra do tráfico nem deveria existir, fosse a população brasileira um pouco menos bestial do que é. Mas a evolução de pensamento dos brasileiros em relação á droga, não seria suficiente para por um ponto final na violência patológica que assola o país. É preciso uma política eficaz de distribuição de renda, além de um desenvolvimento social significante.

Mas vamos supor - como pensam os tucanos – que a violência é inevitável e só mesmo presídios suntuosos e polícia altamente armada possam coibí-lá. Ainda assim, a incompetência do estado é incontestável, já que, se a lacuna social deixada pelos governos é ocupada pelos traficante, a lacuna deixada na área da segurança, agora é ocupada pelas milícias.

Peca-se na emenda e no soneto

Mas agora, o Governo do Rio criou o disque milícia, para que os moradores – principalmente da zona oeste – denunciem esse grupos de extermínio. Não é genial? Era o que faltava para o pessoal do velho oeste contribuir com um governo tão presente naquela área. Agora, vão fazer como faz o pessoal do Morro do Alemão, caguetarem os assassinos da área, ao invés de os elegerem. Pois o estado protetor sempre estará lá para protege-los.

Parabéns Cabral você descobriu a zona oeste!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Vou torcer para Argentina!

É um belo país, com uma bela bandeira, de personagens belos como Che Guevara. Além disso, tem uma escola futebolística que me encanta mais que a brasileira, já que prima pela coletividade e consciência de que quem está almejando um lugar ao sol, durante os noventa minutos, é o país e não nenhum jogador específico.

Já a seleção brasileira não passa de um factóide, uma mentira contada de tempos em tempos e que parece mais real durante os período populistas. Foi assim com Getúlio, Juscelino, Geisel e nos tempos pós caras pintadas e pré Lula. Hoje, é uma historinha dura de engolir.

Na época do capital promíscuo e da sociedade anônima, não há hino ou bandeira, que nos convença que a América portuguesa é de fato um país chamado Brasil.

Tão difícil, quanto conciliar inúmeros estados, de culturas tão diferentes, e um só pais, é unir 22 jogadores, de diferentes salários, empresários e egos, em torno de um interesse coletivo, chamado seleção brasileira. Não se trata mais de 22 jogadores de times daqui, que convivem com os problemas e as alegria daqui.

São rapazes muito bem sucedidos, com grana demais pra se preocupar com um país que eles visitam de vez em quando. Sempre na pressa, sempre como turistas pela Granja Comary ou pelas avenidas da Barra.

Afinal, eles são brasileiros como eu ou você, que estamos nesse país de praia lindas e carnaval, juntando dinheiro para comprar dólares e irmos a Nova York beber wisk importado. Nosso patriotismo vem à tona, num show da Ivete Sangalo no Central Park, ou num passeio de havainas pela Chans Elise. Mas nunca, numa roda de samba em Madureira.

Torcer para a seleção brasileira é mais que um esforço, ou uma hipocrisia. È um exercício de abstração de se apaixonar pela irreal. Afinal este país não passa de um outdoor, para inglês ver e o FMI lucrar.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Muito Além do tráfico

Ser humano é um ser muito egoísta, classista e corporativista. Mas também é covarde pra burro. Morre abraçado aos seus interesses, exceto quando encontra alguém mais forte pela frente e, então, teme a morte. Acho que essa é lição que se pode tirar do ocorrido com os repórteres do Dia.

Aquela classe média indignada que foi pra cima dos dois adolescentes desvairados do caso Nardone, sumiu e não deu um pio sobre o caso. Os jornalistas (ô raça!) e seus corporativismo se revoltaram com isso, afinal se acham mais importantes que a Isabella e querem mais atenção.

Mas nessa egotrip, um dos principais culpados por toda essa história não foram lembrados, que são os donos do Jornal.

Tudo bem que existem aqueles velhos chavões – e por serem velhos e chavões, são totalmente contestáveis – de que o repórter tem que ir aonde está a notícia e de que a liberdade de expressão está acima de tudo. Mas os donos de veículo sabem mais que ninguém que há limites pra o trânsito do repórter e que a liberdade de expressão é algo desprezado até pelos próprio jornalistas.

Quer dizer então, que não sabiam que se meter no meio de uma milícia era perigoso? Sabiam – empregados e empregadores – e foram em nome do dinheiro. Agora os dono se esquivam dizendo que não sabiam da reportagem e que a impediriam, caso soubessem. Ou seja, o velho argumento patronal do século XVIII.

Este episódio não é o ápice da guerra do tráfico. É apenas mais um de uma guerra, anterior e inerente, entre capital e trabalho.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O Pulo da anta

Diogo Mainardi se livrou de pagar R$30 mil á Franklin Martins, num processo que respondia por difamação e calúnia. Tudo começou quando Mainardi e seus achismos acusou - sabe-se lá porque – Franklin de barganhar um cargo para seu irmão e jornalista Victor Martins, na Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Franklin respondeu em um artigo, Mainardi retrucou. Prevendo que o jornalista epiléptico e xiliquento só queria bater boca, Franklin foi á justiça. Lendo os três artigos, fica claro a difamação e não tão claro a calúnia, e mesmo assim Mainardi venceu.

Não sou um perito em direito, mas da pra afirmar que por trás de um péssimo jornalista, há sempre um bom advogado

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Os Xeinezes de Xerém

Silencioso, discreto, sutil, sereno, foi assim o fluminense em sua caminhada. O time de três cores conseguiu duas vagas para libertadores, mas assim como seu craque de quatro letras –diziam os céticos - o tricolor não tinha tradição na libertadores.

As luzes estavam voltadas para o sempre barulhento time da Gávea, criou-se a expectativa de time imbatível em casa, com tradição na competição. Esqueceram que tudo tem dois lados, e que as muitas participações do Flamengo na Libertadores denunciavam uma tendência ao fracasso – basta ver as três ultimas participações do time na competição.

Já o Flu, e suas solitárias participações, escondiam um pequeno detalhe, um time que só perdeu – até esta edição – uma vez fora de casa. Fator fundamental para o sucesso na Libertadores.

Mas todo mundo ficava ao lado do apelo popular rubro-negro. Era o duelo entre o Créu e o Chico. Entre aqueles que todos fingiam que fosse, e o que realmente era. Entre aquele que move a massa e o que faz história.

Aliás, como esse time parece com uma música do Chico. Humano, falível, encantador e irrestível. Capaz de tirar suspiros e sorrisos de supetão. Um time que embala quando desafina e que faz do erro uma ponte.

Até Chico parou para ver o fluminense e se empolgou – até parecia musica o Tom ou casa do Oscar . Nem mesmo o temível Boca foi páreo. No duelo entre Gardel e Chico, deu samba, bossa, fluminense.

Em um jogo, que parece ter sido escrito por Nelson Rodrigues a libertadores descobriu Dodô e único tricolor do mundo. Deve ter se perguntado como viveu tanto tempo longe deles e agradecido aos Deuses da Libertadores pela descoberta.

Esses deuses da Libertadores – cujo Renato Gaúcho é um enviado – ainda guardam, ao Fluminense, dois degraus até a glória . Mas para a história, o ultimo passo foi dado ontem.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Panic e Organic (eles voltaram)



A Policial que deu voz de Prisão ao zagueiro do Botafogo será homenageada na Câmara de. Pernambuco. Afinal o Estado lá, vai muito bem obrigado!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Inconfidência Mineira

Não à toa, Nelson Rodrigues dizia: Toda unanimidade é burra. Quando se fala só mal – ou só bem - de alguém há um grave problema. Ou em quem fala, ou de quem se fala. Em Minas, existe (ou existia) um conceito hegemônico sobre o governador Aécio Neves. Nunca vi um jornal mineiro criticar o correlegionário. Aliás, o primeiro que eu vi era francês, de esquerda e lá se iam 5 anos de mandato.

O governador tinha teto de vidro. Aécio era unha e carne de gente naipe de Ricardo Teixeira e dos irmãos Perrela. Queridíssimo do pessoal do DEM mineiro, um dos piores do Brasil (se é que da pra dizer que existe melhor o pior nessa laia), mas nunca foi questionado.

O cara sempre passava pelo papel de bom vivam. Só aparecia bem vestido, ao lado de loiras, e em grandes festas. Seu braço direito não era ninguém da política, e sim o boçal narigudo que acredita na tropa de elite e é incapaz de pronunciar as palavras.

O governador, que foi eleito e era pago com dinheiro público, dava lugar ao galã Aécio que fez até o PT pular a cerca.

Aécio era o avesso de Lula e Chavez. Se os dois tinham suas facetas políticas – que é única diz respeito a população – sucumbidas por traços de personalidade até certo ponto caricatos, o charmoso Aécio aparecia a meia noite pegando geral na mangueira e ninguém se interessava pelo o que ele fazia em Minas das 9 às 18h.

Havia algo de estranho. Foi Descoberto!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

1988 o ano que não começou...




O Supremo Tribunal foi criado a partir da constatação da impotência da democracia, diante de assuntos delicados. Em tese, a opinião pública estaria viciada e desgastada diante de debates complexos, por isso, o Supremo seria uma espécie de Talismã. Ele surgiria com uma opinião menos idiossincrática e botaria um ponto final nesta questões tão paradoxais.

Mas não é bem assim, cada vez mais o tribunal está tão falível quanto qualquer mortal. Isso ficou claro na questão das células-tronco. Uma questão, que ao meu ver, deveria ter ficado a cargo dos especialistas em pesquisas desse tipo, foi para o STF e denunciou a contaminação do Estado laico brasileiro pelo catolicismo.

O Placar apertado de 6 a 5, talvez fosse reproduzido em uma paritária com a torcida do Flamengo ou com qualquer família em um almoço de domingo. Então porque do STF? Que de supremo não tem nada.


Sintomas claros de um país que da democracia só absolve a parte burocrática. Que em nome do cumprimento da lei, comete os maiores absurdos e protagoniza os espetáculos mais grotescos. Como foi o caso do Estádio dos Aflitos.