sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Gott nytt år



Não da pra fugir, é de praxe, o último post do ano ou faz retrospectiva do que aconteceu, ou faz especulação acerca do ano que está por vir. Acho incoerente um blog que existi há menos de um mês falar de assuntos do ano todo - além de muito chato, é claro. Não aguento mais ouvir falar de CPMF, Tam, Pan, Renan, Torcida do Flamengo, Capitão nascimento e outros mantras midiáticos.

Mas também não quero especular. Vou falar de 2008 sim, mas com a triste constatação de que tudo que eu desejo, provavelmente, não irá acontecer. Portanto, não são previsões, são desejos, embora um pouco desesperançosos com inércia de tudo. Mas vale como exercício da criatividade. Ai vão os meus votos....


Corinthians sobe, São Paulo Cai. O que significará o fim do tricolor paulista, pois sem título a sua torcida, digo; fã clube, irá abandoná-lo.

Além da Tríplice coroa, O Botafogo levará a copa sul-americana. O ídolo da equipe será um jogador da Base, e o carioca será ganho com um penalti perdido por Dodô.

A revista Veja será comprada pelo grupo Zé Pereira, e seu editor chefe será Arnaldo Branco.

Arnaldo Branco, também será o autor do livro que originará o filme do ano. Com um filme de João Moreira Salles, - um diretor que torce para um clube menos fanfarão que o clube do coração de José Padilha – o capitão Nascimento será ofuscado pelo novo herói nacional: Capitão Presença.

Na política Gabeira será Eleito Prefeito do Rio, transformando a cidade num imenso posto nove, inclusive com o Binário Tocando aos domingos.

Em Poços de Caldas, minha cidade natal, Navarro cairá.

O vestibular será extinto

O axé também.

Rogério Ceni ficará queto e apenas jogará bola.

Piauí será a publicação mais importante do país

Digital Duds será a banda sensação do ano

Portela ou Mangueira levarão o carnaval 2008

A hegemonia norte americana irá acabar

A china assumirá o posto dos Estados Unidos, assim os fast-foods passarão a servir Yakisoba, frango xadrez, bolinho primavera e outras delícias

Tarantino Leva o Oscar





Obs: Caso nada disso aconteça estarei de Malas prontas pra Suécia

Gott nytt år, ou melhor, Feliz ano Novo !

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

E agora Chico?

Rio São Francisco, o velho Chico

Tão velho quanto a fome do brasil de Chico, João e José

Fome que está nas promessas

Fome que está nos protestos

promessas de campanha

Protestos da Igreja

qual fome é mais urgente?

Das empreiteiras que podem acabar com a fome de Chico, João e José?

Ou a ideologia que quer preservar o meio ambiente?

Quem merece ser salvo?

A natureza e as mazelas que nós criamos

Ou humanos para criarem mais mazelas

Druuuuu!!!


Há anos oposição e governo travam batalhas intermináveis, que só são decididas quando a mídia entra no meio. Ai a peleja termina, sempre em empate. Como sempre a disputa é por algo que todo governo quer e toda oposição critica, e nesse jogo de café com leite a oposição de hoje será o governo de amanhã, ninguém sai perdendo.

Esse ano foi assim, a Cpmf foi barrada, E a DRU passou. DRU é um dispositivo que permite que o governo use 20% do orçamento com qualquer fim, e todo governo usa em prol da reeleição. Ou seja, nossos governantes acham mais importante ter dinheiro para campanha política do que pra saúde ou educação. Isso sim é legislar para o povo. A Elite agradece.....

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Em seu devido Lugar



César Maia mudou de camisa, vestiu a do Flamengo. Talvez atrás dos 60% que a torcida Rubro-negra representa. Há quem chore, eu agradeço. Afinal com João Saldanha, Olavo Bilac, Augusto Frederico Schmidt, Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Clarice Lispector, Sandro Moreyra, Armando Nogueira, Glauber Rocha, João Moreira Salles, Otto Lara Resende, Luiz Fernando Veríssimo, Ivan Lessa e Antonio Candido; o homem da aprovação automática não tem lugar nem no banco. Vá com Deus e leve seu filho.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Nesse o Bope não meteu a mão



Não fui convidado para a festa de lançamento, e como o filme não caiu nas mãos dos camelôs, eu ainda não vi. Apenas li o livro, que é muito bom. Mas na ditadura visual que vivemos, livros vão muito aquém dos filmes. Portanto, sem sua versão na sétima arte, muitas histórias permanecem anônimas. Foi Assim com Tropa de Elite – Elite da Tropa - será assim com Meu Nome Não é Johnny.

As semelhanças entre as duas obras, não param por ai. A duas falam de drogas, mais especificamente, tráfico de drogas. Mais especificamente ainda, da influência da elite no mercado da droga.

Porém a visão é bem diferente. No Elite da tropa, há uma análise sociológica, que não se aprofunda muito nas questões da psique humana. Há a tentativa de se criar um estado capaz de sanar o problema. Talvez por isso o filme pareça fascista, quando na verdade se baseia em uma obra absolutista, como toda obra que tende a construir um modelo de sociedade.

Já Meu Nome Não é Johnny, vai no indivíduo e mostra a incapacidade de todos os modelos societários diante do problema da droga. Mostra que a droga surge como alternativa a falta de liberdade que sustenta qualquer civilização, e, por isso, ela jamais será extinta.

Isso talvez seja a resposta para quem tenta explicar o que leva um filho da burguesia a entrar para o tráfico. Funcionamos sob a lógica da oferta e da procura. Se há quem procure, há quem oferte. E João Guilherme Estrela, O Johnny ofertou.

Cresceu no meio da elite, onde enriquecer era o que importava. Nas horas vagas pegava onda, ia ao maracanã ver o Vasco e dava uns tapas e uns tiros. Pra saldar uma dívida, vendeu seus primeiros papelotes. Mas era carismático e na mão dele a mercadoria vendia rápido.

Conseguiu independência financeira, viajou à Europa, deu festas, frequentou a alta sociedade. Foi um exemplo de bom burguês, um ótimo comerciante, mas sua mercadoria era pó. E Johnny foi preso.

Essa é a ideia que eu consegui extrair do livro. O Filme pode realçar outros aspectos – ou nenhum, pois como o Tropa é cultura pop. Pode ser que o filme crie um novo herói, inimigo do soldado Nascimento. Pode ser que assim como pessoal hoje está achando tortura legal, ache tráfico um ótimo investimento. Pode ser que quem chamou Padilha de Fascista, chame Mauro Lima de subversivo.

Enfim, impossível prever a repercussão do filme. Tamanha as distorções feitas pelo público e pela crítica, sedenta por opiniões, tão ausentes na sociedade. E assim tentam matar essa sede bebendo na cultura Pop. Um erro.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Falto luz, era dia, mas chuvoso.



Sabe quando você vai para os lugares sem saber porque? È contagiado pela euforia alheia e acaba aceitando como verdade que você realmente precisa estar lá. Isso é o que sustenta a torcida do flamengo, mas mesmo as pessoas mais autônomas não estão imunes a esse fenômeno.

Pois bem, foi assim que eu fui ao show do Rappa ontem. Chovia horrores, o Pier Mauá - Lugar do Show – fica longe de tudo, na beira do mar, inquilino da umidade.

Mas há males que vem pro bem. Como era Oi noites cariocas, se fosse um dia quente, num lugar de fácil acesso o show estaria repleto de gente que estaria lá mais pelo evento do que pela banda. O que pra quem gosta de música – especificamente música ao vivo - não é legal.

Quase fiquei do lado de Fora, não li no ingresso que era necessário levar documento que comprovasse que eu era estudante. Me barram uma vez, na segunda eu disse que era lei e menor de 21 deveria pagar meia, não deu. Na terceira disse que tinha visto no site que não precisava de carteirinha.

Como no brasil distorcer a lei, vale menos do que destorcer os fatos, finalmente eu pude entrar.

O evento parecia a camisa do madureira tinha propaganda pra todo lado. O Bar, na verdade era uma tenda de um dos melhores botecos do Rio. Mas tudo estava inflacionado, a cerveja era cinco e o sanduíche 15.

Antes de começar o show a Oi - mesma empresa que transforma orelhão em outdoor – submeteu a platéia a uns 5 minutos de propaganda dos parceiros do evento. A cerveja tava quente e eu começava a ficar puto.

Começou o show, e meus ânimos acalmaram. A cerveja que abri, estava gelada, a galera berrava, o falcão agradecia por estar tocando em casa. Nas Pick-ups tocava Racionais.

Antes da primeira música Falcão deu um sutil esporro nos patrocinadores, disse que eles deveriam usar grana da propaganda despoluindo o Pier. Yuka deve ter ficado feliz.

Se o silêncio precede o esporro, o esporro precede o barulho e o show começou. Queria postar as palmas, os samplers, os gritos, a galera pulando. Não dá, devo me ater as palavras.

E o que elas podem dizer é que a banda está muito entrosada. DJ negralha é um monstro, Falcão esta cantando demais e tem muita presença de palco e tem o público na mão, nem que pra isso tenha que falar do Flamengo.

Apesar de toda a estrutura do evento, que destoava do discurso da banda o show foi muito bom. Se pelo menos uma pessoa – além de mim – se atentou ao discuso da banda, valeu a pena e justificou o título dessa crônica. As vezes a arte se mostra primeiro....

Por um Brasil desigual.......

Quem disse que o Senado não funciona? Funciona sim, pra deixar as coisas piores do que já estão. Ontem, os homens do mais alto escalão do legislativo barraram a CPMF. Quem ganha mesmo com o fim da contribuição é a elite, embora a Veja e o PSDB jurem que não.

No Brasil, rico não paga imposto, a única forma que o governo tem de tirar grana da elite, era através da CPMF. Mas os intelectuais e veículos de comunicação desprezam esse detalhe. Por isso criou-se um clima de indignação de fila de Shopping Center, contra a contribuição. A Geni dos impostos, apanhou, sem saber porque. Foi esculachada em praça pública e barrada no Senado.

Resumo da história, sem os 40 bilhões da CPMF o governo tem poucas alternativas. Ou o serviço público fale, ou se congela o salário do funcionários, ou se aumenta os impostos. Ou seja, a classe média que ama o PSDB e sempre lê a Veja, vai arcar com as consequências da sua birra. Já os pobres continuarão pobres e os ricos mais ricos. O país, por sua vez, mais desigual e violento.

Mas fique tranquilo, culpemos os usuários e chamemos o Soldado Nascimento.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A ética são paulina e o espírito capitalista parte II

Aliado do Flamengo, o São Paulo diz que é "penta único" e desrespeita o acordo que fez em 1987.

Aliado do Botafogo, o São Paulo contratou Joílson antes de enfrentar o Botafogo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.

Pelo menos é o que garantem tanto o presidente alvinegro Bebeto de Freitas e o técnico Cuca em declarações feitas hoje no Rio.

Ética, como diz Eurico Miranda, é mesmo coisa de filósofos. E Juvenal é burguês.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Fora De uso...

Promessa é dúvida, principalmente quando se depende dos computadores. Exatamente essas máquinas que, segundo os pragmatistas, irão comandar o mundo. O Fato é que enquanto eles não dominam o mundo, eles impedem que eu atualize o blog.

Hoje meu computador resolveu não ligar, por isso fico devendo o post sobre maioridade penal e também um post sobre os marginais da marginal. Até o dia em que meu computador voltar a cooperar.....

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Desabafo...

Não consegui fazer uma crônica, me faltou frieza. Juro que amanhã eu posto algo mais cognitivo do que isso.

Tá na capa do Globo, o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) relator de Propostas de Emenda Constitucional, revelou que dará parecer favorável a redução de maioridade penal de 18 para 16 anos. Tenho convicção absoluta que a maioridade penal não irá amenizar em nada a violência. Mas em uma cultura extremamente televisiva, onde a ficção cria seu heróis – Capitão Nascimento – e a mídia suas vítimas – João Hélio – há quem acredite que a solução para violência virá do bom censo dos nossos governantes.

A violência patológica que nos acompanha é inerente ao modelo de sociedade, no qual vivemos. Não há nada que o governo pode fazer para extermina-lá. O estado não quer assumir sua impotência, a sociedade não quer admitir sua culpa. Então criam-se os vilões – usuários ou adolescente pobres, jamais tucanos, consumistas, publicitários e jornalistas.

E agora surge a idéia de que violência irá diminuir com a redução da maioridade penal. Como não pensaram nisso antes? Afinal de contas nesse país os homicidas são muito letrados, sabem ler escrever e sabem a constituição de cor e salteado. Portanto calculam friamente quando o crime compensa ou não. Agora sabendo que serão presos irão parar de roubar. Não é genial?

Mais uma contribuição do Thadeu....

À promiscuidade do samba


Em tempos que o samba se encontra em perfeito desiquilíbrio de vertentes, Marcelo D2 é aclamado como um bamba de primeira, Roberta Sá sai de um reality show e é nomeada pela Veja "carioca do ano" devido a, adivinhem? Ao samba! Maria Rita não fica atrás e lança Samba Meu, tão dela que nunca deveria ter saído do seu quarto.

Desde que as gravadoras redescobriram o samba, que vivia escondidinho nos subúrbio do Rio de Janeiro, abafado pelos sons metálicos e tecnológicos, há uma confusão do gênero e seu público, que se aloca principalmente longe dos morros agitados de funk e hip hop.

O samba de roda está na moda, vê pelas noitadas da Zona Sul, repletas de batuques de cozinha e outros ziriguinduns, é lógico que comecei essa crônica comum a crítica dura e concisa. Saibam os leitores que foi só uma brincadeira, mas é bom para demonstrar onde a música está nos metendo.

Brincadeira provocada para chamar sua atenção e arrancar-lhe estúpidos elogios a minha mãe, todos esses nomes e condições são só para mostrar que hoje samba dá dinheiro, e a grana é boa.

Tão boa que a MTV me dá um belo presente de Natal, nunca pensei que fosse dizer isso um dia. Está aí nas lojas e camelôs do Brasil o Paulinho da Viola Acústico, com algumas de suas melhores poesias em tantas décadas de samba.

Paulinho esbanja cadencia e principalmente elegância, que sempre foi seu forte. Sambista, vascaíno, criado em Oswaldo Cruz, é um dos maiores portelenses que eu conheço. Teresa Cristina, recentemente, homenageou o grande mestre em um cd duplo de tirar o fôlego, agora está tudo nos acordes da viola e voz do próprio.

Um pouco da intimidade deste ser iluminado está no documentário Meu mundo é hoje, excelente peça audiovisual que desafiou os donos da mídia quando foi lançado no Rio de Janeiro. Esperado que as execuções não passassem de duas semanas em uma casa de cinema alternativo da Lapa, não só por lá ficou por dois meses quanto foi disputar com outras lucrativas vinhetas no Cine Artplex na praia de Botafogo, comandado pelo Unibanco.

Neste filme um fato interessante e que emociona a todos que amam o samba, quando Paulinho conta como compôs Foi um rio que passou em minha vida , seu maior sucesso e verdadeiro hino da Portela.

Diz ele que, na passagem dos anos 60 para os 70 Paulinho fez um belo samba em exaltação a Mangueira, isso sempre foi comum, um compositor de uma escola exaltar outra. Acontece que o fato deixou o pessoal da Portela um tanto enciumado. Paulinho se sentiu na obrigação de escrever um samba à Portela mais belo que qualquer samba que já ouviu ou fez. Foi nesse clima de pressão e amor à sua agremiação que nasceu este samba fabuloso.

No carnaval. A Portela estava pronta para adentrar a Avenida Rio Branco, quando Paulinho, para aquecer os tambores apresentou o refrão foi um rio que passou em minha vida, e me ucoração se deixou levar , a identificação do público foi tanta, que após o desfile com o samba-enredo oficial, os portelenses não se cansavam de cantarolar o samba de Paulinho. A partir daí começou um carreira de sucesso que chega ao século 21 ainda arrancando aplausos, choros e sorrisos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Nação!!!










Fique tranquilo não vou falar da torcida do Flamengo. Nem de nenhum projeto dos nossos governantes. Esses só projetam o Pan, a absolvição do Renan o abafamento da Tam e verborragias infinitas para fugirem do constrangedor “Hã?”. Não vim falar dessas espécies variadas de factóide. Vim Falar da maior banda de Rock atuante – leia-se, tocando ao vivo e lançando músicas de inéditas - do Brasil. Trata-se da Nação Zumbi.


A banda já anunciou para 2008 seu próximo disco, intitulado “Fome de Tudo”. O album será o sétimo da carreira do grupo e o terceiro após a morte de Chico Science. Pelo que li e ouvi dos caras da banda, será um disco que afirmará o corte epistemológico que a banda sofreu depois da morte de Chico. Mudança essa que envolve uma maior liderança exercida pelo guitarrista Lúcio Maia e pelas novas influências trazidas por Jorge Du Peixe.


Para quem não sabe, a banda surgiu em 94 e com um som que se tornou um pesadelo para os críticos de música, dada a dificuldade de rotulá-lo. Mas ela se firmou no underground, se abrigando no Circo Voador e no Garage, e influenciando quase todas a bandas - boas ou medianas - de rock, que surgiram no Brasil, na década passada.


Lembro que conheci a Nação assim, como uma das influências do Planet Hemp, minha primeira banda de rock favorita. Numa época em que as gravadoras tentavam reviver a psicodelia do anos sessenta, nova bandas de rock ganharam espaço. Se no mundo, quem melhor reproduziu isso foi Red Hot, com sua releitura do espírito libertário da geração Woodstock. No brasil, a Nação abriu as portas para o ressurgimento da antropofagia musical iniciada na Tropicália.


Mas aqui, os influenciados ganharam mais fama que a influência, e com a morte do líder da banda a Nação parecia fadada ao fim. Mas com ousadia eles seguiram em frente. Perderam discurso e poeticidade, mas ganharam maturidade e sonoridade.


Na minha opinião a banda ficou mais cosmopolita do que era, antenada com as últimas tendências musicais do mundo. E o ápice da banda aconteceu no seu quinto disco intitulado Nação Zumbi. Que, para mim, ao lado de LadoB LadoA e Bloco do Eu sozinho, briga pelo posto de melhor disco de rock brasileiro, deste século.


Mas a banda não manteve o nível no último disco, Futura. O que faz com que a perspectiva sobre o novo disco cresça mais ainda. É esperar pra ouvir.

Blog do Eu, não tão sozinho assim....

“Não ando só, só ando bem acompanhado.” Dizia o botafoguense Vinícius de Moraes, parceiro de Tom que faleceu num 8 outubro há 13 anos atrás. No mesmo 8 outubro, há 114 anos atrás, nasceu o futebol. Para falar sobre esse esporte e dar pitacos sobre sua mercantilização, este blog abre as portas pra Thadeu Rabelo, ex-colega na faculdade. Que deve se tornar presença constante nesse blog, pelo talento e disponibilidade para escrever. Thadeu é atleticano, embora fluminense, Marxista, embora cristão, e muito ético, embora pretenda ser jornalista. Bem vindo Thadeu!


O futebol é meu

Atentado pelos escritos no blog do eu sozinho, resolvi entrar na discussão com uma retórica que há muito me comove as reflexões. A ética são-paulina reflete o espírito capitalista em tudo, pode-se dizer, que somente neste milênio temos o primeiro clube de futebol profissional no Brasil, ou o primeiro capaz de acumular riquezas através de seu patrimônio principal: o movimento das paixões. É interessante como a evolução do capitalismo no futebol brasileiro resultou no chamado profissionalismo do esporte.


O amadorismo praticado até agora nos rendeu cinco títulos mundiais e uma produção de novos valores numa safra interminável de dribles desconcertantes. O amadorismo nos rendeu o maior time de futebol de todos os tempos, o maior jogador de todos os tempos e o maior amor de um povo por um espetáculo. O profissionalismo nos rendeu Dunga, Galvão Bueno e Juvenal Juvêncio.


Há muito tempo o capitalismo assassina o futebol aos poucos. Como um simples jogo romântico se transformou numa guerra de músculos e articulações num ato circense como há muito não víamos em terras ocidentais. Os folhas secas e os diamantes negros não existem mais, muito menos os apelidos, agora os atletas são astros, são imperadores, magos, fenômenos, não sei de quê?


O torcedor tem seu papel cada vez mais caracterizado pelos planos de marketing estudados meticulosamente. O que era apenas um entretenimento, algo casual de ir ao campo acompanhar uma partida, mesmo que eleve á emoções ardentes. Jamais coube ao torcedor na sua história comparecer ao estádio fantasiado de jogador, vinte e sete quilos de músculos extra voltados para matar. O fanatismo não vem do consumo?


O São Paulo vai ter duzentos títulos brasileiros e então, descobrirá que vender futebol não deu certo. Tornou-se um jogo monótono, idiota, inofensivo e o pior, arrebatou de vez tudo o que esporte construiu durantes os séculos de ética, moral e espírito olímpico.

No livro Invasão de Campo (Bárbara Smit, 2007, Jorge Zahar, R$47,00) está bem retratado o início dos movimentos capitalistas dentro do esporte. Vale a leitura.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A ética são paulina e o espírito capitalista



Estava eu no messenger, quando um grande amigo meu soltou essa genial frase “A ética são paulina e o espírito capitalista ”. Nem lembro o contexto, mas achei que mereceria uma crônica. Não sei se ele soltou essa frase dentro da linha de raciocínio que eu tracei. Se não, peço desculpas. Se sim, peço licença.


Vão falar que isso que eu estou fazendo é teoria da conspiração. Mas tudo bem, não ligo para audiência. Por isso escrevo num blog, não em um jornal. Por isso falo do São Paulo e não do Flamengo. O fato é que simplesmente acredito que o SPFC reafirma valores capitalistas, como nenhum outro clube fez no Brasil. Embora todos tentem.


A história do clube se assemelha com história de onze entre dez burgueses. De falência em falência foi mudando o CNPJ, mas mantendo o nome. De repente conseguiu um conchave político e pronto. Ocultou a história passada e vestiu a camisa de empreendedor, que venceu na vida e agora olha apenas o futuro.


Ai de repente bate aquele vazio filosófico. Ai vem o marketing e cria todo o envoltório afetivo sob o pragmatismo do clube. E cria-se a idéia de que o time vence porque tem valores morais. Quanta balela!


Antes de escrever essas linhas fui em um blog de São Paulinos. Lendo os comentários via minhas tese ser confirmada. Muitos viam o fato do Corinthians ser rebaixado, como uma forma justiça pelo título de 2005. Sem entrar no méritos se eles estão certos ou não, o fato é que o torcedor de outro time não levaria valores éticos para uma questão futebolística.


Isso é bom? Significa que os são paulinos são mais éticos que os outros? Não, são simplesmente vítimas do marketing. Quem criou essa ética? Derrotas ou vitórias dentro de campo são capazes de tornar a sociedade mais justa?


Pra mim não. O futebol apenas reafirma os valores maniqueístas da sociedade. Onde o melhor vence e o pior perde. Esse conceito não só é reafirmado pelo espírito são paulino, como também ganha adornos.


Existe uma tentativa de colorir com valores morais às vitórias são paulinas. Brandam os tricolores de terem uma ótima administração, sólida estrutura e jogadores diferenciados.


Administração bem feita é inegável que o clube do Morumbi tem - atualmente é bom frisar. Mas o conceito de que uma boa administração é também um valor moral, eu discordo. Arrecadar mais do que se gasta, por parte de empresas, não resolve o problema da sociedade. Só agrava. E a sólida estrutura é consequência disto e das maracutaias de tempos atrás.


Quantos aos jogadores eles realmente são diferenciados. O que significa que são diferentes, nem melhores nem piores. O Fato de ter um jogador gay, não faz com que o clube seja simbolo de vanguarda na questão sexual. Ele esta lá por suas qualidade técnicas. Ter um goleiro líder em campo, não signfica que ele deva ser um líder na sociedade.


Ora rick não é Leila Diniz, e Rogério Ceni não é o João Saldanha. Vá discutir gênero e política com os dois e isso ficará claro.


O São paulo ganha porque tem dinheiro. E por isso é considerado vencedor. Não há nada de vanguarda ou moral nisso. Essa é a regra que rege o mundo desde os tempos de Ford. Embora um sambista brasileiro, nos tempos em que São Paulo falia, dizia:


“ O fracasso não se prende ao detalhes das batalhas perdidas”

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Cristo pode, Marx não!

Deu na Veja : Pregação marxista no São bento


Um do mais prestigiados colégio do Rio de Janeiro, o São bento, é conhecido pela qualidade de Ensino e pela sua formação católica. Mas um abaixo assinado, de pais e ex-alunos, tornou público na última semana, a pregação marxista praticada pelo colégio a partir da sétima série. O professor “acusado” pela pregação é Paulo lívio, que dá aulas de geografia no colégio e é um dos coordenadores do vestibular da UFRJ.

Ai eu perguntou por quê o colégio nunca foi acusado de ser cristão?

O Mano e a Mina


Com tanto clube com dinheiro pretendendo o cara, Mano Menezes, vai mesmo pra Itaquera, na periferia paulistana. Vai assumir o Corinthians, que durante o tempo que ele esteve no Grêmio, trocou de técnico onze vezes. É uma iniciativa para lá de corajosa.

Mano, corruptela de irmão, é uma gíria usada para identificar quem vem da periferia, usa roupa peculiares e tem sua própria linguagem, seu próprio alfabeto. No caso do Mano (Menezes) parece que seu alfabeto começa pela letra B. Talvez seja esse o mapa da mina

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Yes, we have assalto!!!







Poços de Caldas pode se orgulhar. Inegavelmente o progresso chegou a cidade sul-mineira. Agora ela não é mais uma cidade interiorana qualquer. Além de obras faraônicas como shoppings e trincheiras, temos também grandes crimes. Crimes que passam na Globo, com um roteiro que Tarantino nenhum sonhou escrever. Isso sim é modernidade.

A promessa dos Czares, que só deixaram o poder de 2000 a 2004, está cumprida. Nosso sonho de ser uma daquelas cidades do interior de São Paulo finalmente foi realizado. Temos fábrica, carrões, boates e grana, muita grana. Lavada em águas sulfurosas. Educação, movimento social, cultura? Isso é coisa de baderneiro.

A comoção diante desses crimes? Fique tranquilo ele também virá das bandas paulistas. A sociedade fará passeata, vestida de branco, batendo panela e pedindo paz. Só não se sabe a quem - afinal em São Paulo não existe estado. Camisetas com a palavra basta serão vendidas como a água que lava o dinheiro – Mas não a cara - da elite deste feudo.

Os jovens também se mobilizarão e pedirão paz. Fazendo um minuto – 60 segundos, não mais do que isso - de silêncio nas micaretas, quartanejas e afins. E serão mais truculentos do que os assaltantes, se alguém ousar propor um minuto de reflexão. Violência se combate com violência dizem os Czares.

Os governantes? Orá, já não disse que em Poços tudo vem de São Paulo. Aliás, com exceção do Gate que veio de BH. Maldita hierarquia! Tiveram que passar pelas estradas horrorosas desse estado nefasto que é Minas Gerais. Que hesitou muito em vender seu patrimônio. Quanta falta faz o Alckmin!

A sim, os governantes, era deles que eu falava. Vão privatizar a segurança, Poços terá seu próprio Gate. Faremos um presídio de segurança máxima. Um de nossos Czares que se revezam entre a Prefeitura e a Câmara, irá propor a pena de morte. Além, é claro, de um projeto de urbanismo que botará os pobres no jardim fim do mundo VII – em Poços, assim como em São Paulo, os bairros dos pobres e dos ricos, também chamam jardim. Sem ônibus, escola, saneamento, dignidade.

Assim Poços voltará a ser uma cidade tranquila. Todos estarão livres, para sonegarem impostos, se exibirem no seus carrões, comerem seus deliciosos hamburgers temperados com a miséria da América Central. Mas a América Central é muito longe para eu me indignar com ela. Esse assalto, me ensinou a ver o mundo de outra forma a lutar pelas causas da minha cidade. Vamos logo barrar a CPMF, vamos reeleger a dinastia.