sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Falto luz, era dia, mas chuvoso.



Sabe quando você vai para os lugares sem saber porque? È contagiado pela euforia alheia e acaba aceitando como verdade que você realmente precisa estar lá. Isso é o que sustenta a torcida do flamengo, mas mesmo as pessoas mais autônomas não estão imunes a esse fenômeno.

Pois bem, foi assim que eu fui ao show do Rappa ontem. Chovia horrores, o Pier Mauá - Lugar do Show – fica longe de tudo, na beira do mar, inquilino da umidade.

Mas há males que vem pro bem. Como era Oi noites cariocas, se fosse um dia quente, num lugar de fácil acesso o show estaria repleto de gente que estaria lá mais pelo evento do que pela banda. O que pra quem gosta de música – especificamente música ao vivo - não é legal.

Quase fiquei do lado de Fora, não li no ingresso que era necessário levar documento que comprovasse que eu era estudante. Me barram uma vez, na segunda eu disse que era lei e menor de 21 deveria pagar meia, não deu. Na terceira disse que tinha visto no site que não precisava de carteirinha.

Como no brasil distorcer a lei, vale menos do que destorcer os fatos, finalmente eu pude entrar.

O evento parecia a camisa do madureira tinha propaganda pra todo lado. O Bar, na verdade era uma tenda de um dos melhores botecos do Rio. Mas tudo estava inflacionado, a cerveja era cinco e o sanduíche 15.

Antes de começar o show a Oi - mesma empresa que transforma orelhão em outdoor – submeteu a platéia a uns 5 minutos de propaganda dos parceiros do evento. A cerveja tava quente e eu começava a ficar puto.

Começou o show, e meus ânimos acalmaram. A cerveja que abri, estava gelada, a galera berrava, o falcão agradecia por estar tocando em casa. Nas Pick-ups tocava Racionais.

Antes da primeira música Falcão deu um sutil esporro nos patrocinadores, disse que eles deveriam usar grana da propaganda despoluindo o Pier. Yuka deve ter ficado feliz.

Se o silêncio precede o esporro, o esporro precede o barulho e o show começou. Queria postar as palmas, os samplers, os gritos, a galera pulando. Não dá, devo me ater as palavras.

E o que elas podem dizer é que a banda está muito entrosada. DJ negralha é um monstro, Falcão esta cantando demais e tem muita presença de palco e tem o público na mão, nem que pra isso tenha que falar do Flamengo.

Apesar de toda a estrutura do evento, que destoava do discurso da banda o show foi muito bom. Se pelo menos uma pessoa – além de mim – se atentou ao discuso da banda, valeu a pena e justificou o título dessa crônica. As vezes a arte se mostra primeiro....

Nenhum comentário: