segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Blog do Eu, não tão sozinho assim....

“Não ando só, só ando bem acompanhado.” Dizia o botafoguense Vinícius de Moraes, parceiro de Tom que faleceu num 8 outubro há 13 anos atrás. No mesmo 8 outubro, há 114 anos atrás, nasceu o futebol. Para falar sobre esse esporte e dar pitacos sobre sua mercantilização, este blog abre as portas pra Thadeu Rabelo, ex-colega na faculdade. Que deve se tornar presença constante nesse blog, pelo talento e disponibilidade para escrever. Thadeu é atleticano, embora fluminense, Marxista, embora cristão, e muito ético, embora pretenda ser jornalista. Bem vindo Thadeu!


O futebol é meu

Atentado pelos escritos no blog do eu sozinho, resolvi entrar na discussão com uma retórica que há muito me comove as reflexões. A ética são-paulina reflete o espírito capitalista em tudo, pode-se dizer, que somente neste milênio temos o primeiro clube de futebol profissional no Brasil, ou o primeiro capaz de acumular riquezas através de seu patrimônio principal: o movimento das paixões. É interessante como a evolução do capitalismo no futebol brasileiro resultou no chamado profissionalismo do esporte.


O amadorismo praticado até agora nos rendeu cinco títulos mundiais e uma produção de novos valores numa safra interminável de dribles desconcertantes. O amadorismo nos rendeu o maior time de futebol de todos os tempos, o maior jogador de todos os tempos e o maior amor de um povo por um espetáculo. O profissionalismo nos rendeu Dunga, Galvão Bueno e Juvenal Juvêncio.


Há muito tempo o capitalismo assassina o futebol aos poucos. Como um simples jogo romântico se transformou numa guerra de músculos e articulações num ato circense como há muito não víamos em terras ocidentais. Os folhas secas e os diamantes negros não existem mais, muito menos os apelidos, agora os atletas são astros, são imperadores, magos, fenômenos, não sei de quê?


O torcedor tem seu papel cada vez mais caracterizado pelos planos de marketing estudados meticulosamente. O que era apenas um entretenimento, algo casual de ir ao campo acompanhar uma partida, mesmo que eleve á emoções ardentes. Jamais coube ao torcedor na sua história comparecer ao estádio fantasiado de jogador, vinte e sete quilos de músculos extra voltados para matar. O fanatismo não vem do consumo?


O São Paulo vai ter duzentos títulos brasileiros e então, descobrirá que vender futebol não deu certo. Tornou-se um jogo monótono, idiota, inofensivo e o pior, arrebatou de vez tudo o que esporte construiu durantes os séculos de ética, moral e espírito olímpico.

No livro Invasão de Campo (Bárbara Smit, 2007, Jorge Zahar, R$47,00) está bem retratado o início dos movimentos capitalistas dentro do esporte. Vale a leitura.

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