quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Veja, que mentira!



Quando tinha dez anos, tive como professora uma pessoa apaixonada por jornalismo. Tínhamos que fazer um jornal entrevistando pessoas e tirando fotos. O que já é muito, pois acreditem, conheci muita gente que ganha a vida com jornalismo e vive com a bunda na cadeira da sala com ar condicionado.

Ela era uma ótima professora, mas havia um problema; era apaixonada pela Veja. Pudera, viu a Veja nascer nas mãos de Mino Carta, e ao longo dos anos oitenta, ser conduzida por Élio Gaspari. Mas não percebeu que sua carruagem, há muito havia virado abóbora.

Assim como ela, muita gente não percebeu este processo. Mas o conterrâneo Luis Nassif, conta passa a passo - clique aqui para ler - como a revista semanal virou um pasquim do lobismo. Graaandee Nassif!

Cartunista Arnaldo Branco estréia no G1


Por Thadeu Rabelo, o Ombudsman do Blog que ecreve também em http://ocisco.blogspot.com/ ...




A partir desta segunda-feira, o G1 estréia sua nova seção de tiras em quadrinhos. Semanalmente, três cartunistas se revezarão publicando suas tirinhas na editoria Pop & Arte. São eles: Arnaldo Branco (às segundas), Tony Millionaire (quartas) e André Dahmer (sextas). A partir da primeira publicação, as HQs ficarão sempre disponíveis para consulta.Nascido no Rio de Janeiro, Arnaldo Allemand Branco, 35 anos, é cartunista e jornalista. Autor e co-criador, entre outros, de personagens como Capitão Presença e Joe Pimp - publicado atualmente na revista 'Sexy' -, Branco é conhecido por seu humor ácido e politicamente incorreto e o desenho de traços toscos e infantis. Bom com as palavras, destila pílulas diárias de Mau Humor no blog homônimo e trabalhou recentemente na adaptação para quadrinhos da peça "O beijo no asfalto", de Nelson Rodrigues - as ilustrações são de Gabriel Góes.
No G1, Arnaldo Branco publicará tiras inéditas da série 'Mundinho animal'. Antes de estrear, cinco perguntas rapidinhas:

G1 - Quando começou a desenhar?

Arnaldo Branco - Desde moleque, mas só comecei a desenhar pensando em fazer disso uma carreira há dez anos. Faço disso uma carreira há dois...


G1 - Quando vai "aprender" a desenhar?

Branco - Nunca! Coerência sempre.

G1 - Como definiria a série 'Mundinho animal'?

Branco - É um sarro com a nossa classe artística, que parece estar sempre pedindo uma sapatada.

G1 - O que os leitores podem esperar da tira?


Branco - Uma visão de mundo bastante comprometida com o vencimento do aluguel.

G1 - Qual é a principal diferença de publicar quadrinhos na internet?


Branco - Bem, a tinta não sai na sua mão...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Viva o quadrinho!


Hoje é dia Nacional do quadrinho. E se hoje esse Blog existi é graças aos quadrinhos. Pois não foi nenhum professor que me ensinou a ler, e sim os HQs. Havia, na minha casa, um banheiro de 4 metros quadrados, que só uma pessoa podia habitar por vez, já que o espaço restante era tomado por Gibis. Eu acordava todo domingo cedo, com uma disposição prodigiosa, para ir até a banca e comprar gibis.

Me amarrava no Maurício de Souza, e minha família de saco cheio de ter de ler exemplares seguidos, começou a me ensinar a ler. Dois anos mais tarde tentei fazer gibis, mas meus desenhos eram horrorosos. Por isso, desisti do traço e fiquei com o verbo. Hoje sou apenas um apreciador (E tanto) dos HQs.

Ultimamente ando empolgado com a cena. Gente como André Dahmer e Alan Sieber são gratas novidades. Volta e meia vou a loja Lacucaraha! Ver os últimos lançamentos dos quadrinhistas da nova geração. Acredito que a nata da imprensa carioca, e principalmente brasileira, esteja nos quadrinhos.

Numa sociedade visual, onde o nível de leitura é muito baixo, os Hqs têm uma importância muito grande. Ultimamente a biografia daquele, que na minha opinião, é o maior escrito de todos, Franz Kafka, foi lançada em quadrinhos. E os traços foram feitos por nada menos que Robert Crumb – esse do desenho ai em cima. O livro chama Kafka de Crumb.
Viva Henfil, Angeli, Ziraldo, Arnaldo Branco, Gilbert Shelton, Robert Crumb! E suas crias; os Fradins, Aline, Menino Maluquinho, Capitão Presença, Freak Brothes e Fritz, the Cat.

Hei de Tocer Torcer Torcer.....


Condenado a assistir tv, descobri, ontem, que hoje, é dia da saudade. Como ainda estou sem óculos, antes mesmo da oito noite minha vista já fecha para balanço, e ler uma linha a mais me da náusea. Nem filme com legenda rola. Por isso, fui assistir ao jogo do América contra o Boavista.

O que mais me chamava atenção era ver Amarildo, o Possesso, como técnico do mequinha. Mas o time do América é preocupante, parece condenado ao rebaixamento. Amarildo nada pode fazer, olhava pro chão, pro céu, discutiu com o juiz e foi expulso.

Lembro de 2006, na final da taça Guanabara, um dos títulos do Botafogo que eu menos comemorei. Doeu ver a torcida, uma das mais fanática, cabisbaixa, por constatar - assim como eu - que aquela podia ter sido a chance derradeira do América. Pois, com o andar da carruagem é bem provável que o Sangue esteja fadado ao fracasso.

O mundo está mesmo ao contrário. O carnaval carioca tem como campeã, uma escola fluminense. O futebol brasileiro é dominado por um time aristocrático-burguês paulistano. A maior vendagem do samba, vem de um grupo de branquelos de classe média, que nunca pisaram numa favela e se chama: Inimigos da HP. O carnaval baiano, é cada vez mais, um bolo negro com recheio branco.

Maldita globalização, ainda bem que ainda nos restou a saudade. É melhor do que caminhar vazio

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Meus óculos quebrados e a violência humana


Caracaaaaa! Vai ser o Bruno que vai bater! – dizia o vendedor ambulante no meio do bloco

Sério? - questionava um amigo-meu rubro negro

É pô! Ouvi aqui! – confirmava o ambulante enfiando seu rádio azul de pilha, na orelha do meu amigo

Pó não to ouvindo nada!

Cadê meu óculos? – perguntei, inaugurando minha fala no diálogo

Silêncio, ninguém responde. Ta ele no chão, estilhaçado, com a lente trincada.

Doeu, mais do que dói minha cabeça, depois de 12 horas sem minhas lentes. Doeu como dói, a condenação da natureza, sobre nosso delírio cultural. A verdade é que nascemos débeis, frágeis, condenados aos vícios, ao sexo, à morte, e no meu caso, com 1,5 milímetros de disfunção ocular, em cada olho.

Mas vamos recorrer à essa pena, negá-la sob todas as circunstâncias, almejando a liberdade que se concretiza no confortável e limitado espaço do útero de nossas mães. Mas a condenação, é, até onde se sabe, no mínimo, perpétua. Há sim, pequenos banhos de sol, doses de leite materno, horas de sexo e excessos.

Mas o maior tempo, passaremos dentro dessa imensa cela; a esfera terrestre. Por isso, queremos destruí-la, por isso, matamos e violentamos nossos companheiros de cárcere. A violência é anterior a internet, ao futebol, ao carnaval, ao Counter Strike. Ela surge quando somos setenciados - mesmo sem querer - a viver, e irá adjetivar nossa pena e nossa reação diante dela.
O que se pode fazer, é empurrar a violência com a barriga. Aceita-lá, em algumas modalidades: nas partidas de futebol, no jogos de videogame, nas cirurgias de astiguimatia.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Evangelho, segundo São Paulo

Venho informar que este Blog não funcionará hoje, devido ao feriado.

Você não Sabia? Nem eu. Mas foi isso que uma voz - gravada, aguda e com um sotaque paulistano - me informou quando liguei para transportadora para avisar que haviam me entregue uma encomenda errada.

Tudo bem que São Paulo é a capital financeira do país, já que a cidade arrecada mais que qualquer outro estado. Além disso, as emissoras, com exceção da Globo, estão todas sediadas lá. As revistas semanais, também, são todas paulistanas. Mas daí, a fazer com que o aniversário da Cidade de São Paulo seja feriado nacional já é demais.


Se fosse Rio ou Salvador tudo bem, pois essas cidades, sim, entendem de feriado. Agora em sampa não, lá a especialidade dos caras é entregar sua mais valia de mão beijado para o patrão, e levar a fama de povo sério por isso.

Quando desliguei o telefone fiquei pensando em como o neoliberalismo, faz com que a grana mande, mais do que mandaria usualmente. O Feriado foi decretado sem sanção presidencial, ao bel prazer das empresas da terra da garoa. Tudo como os tucanos, genuinamente paulistas, querem.

Cheguei a conclusão que se tudo continuar assim, em pouco tempo, as igrejas neo pentecostais vão ter seus próprios feriados. Foi quando olhei para a embalagem do produto, que me foi enviado por engano. Ela fazia parte de uma linha evangélica, devidamente batizada de Sky Line. Cujo Slogan era: “Entre teu caminho ao senhor, confia nele, e o resto ele fará por ti”.

Se o senhor entregar a mercadoria correta, eu já agradeço.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Counter Strike e a violênica urbana

Por Tadeu Rabello, o Ombudsman do Blog


Em decisão da Justiça brasileira o game mais popular no Brasil, o Counter Strike, está proibido de ser jogado no país. O jogo trata-se de um simulador de conflitos armados divididos em dois times, os terroristas (que tentam explodir uma área) e os contra-terroristas (que tentam impedir a explosão). Até aí tudo bem, se não fosse a dose exagerada que o jogo emprega, assassinatos a sangue frio, tiros na cabeça e muito sangue na tela.

O jogo causa excitação, principalmente nos mais jovens, que acham tudo isso demais, existem praticantes diários desse game com idade de seis anos, o que torna possível realmente a confusão entre virtualidade e realidade, principalmente em grandes cidades onde assassinatos no estilo Counter Strike são comuns.

Porém, assim que foi lançado, o jogo tem licença concedida do Ministério Público para circular, com uma classificação etária, por considerar impróprio para menores de 16 anos. O que não é cumprido nem por pais deslexos, muito menos pelas centenas de lan-houses que pipocam aos montes por todo país.

O mais estranho é que o que chamou a atenção da Justiça e culminou na proibição do jogo foi uma versão pirata que se tornou mais popular que a matriz. Nessa versão, feita por hacker brasileiros, o jogo é ambientado no Rio de Janeiro, os terroristas substituídos por traficantes e os contra-terroristas por policiais militares. Ao fundo, funks proibidos servem de trilha sonora para a batalha sangrenta, e o Estado cai no chão.

No filme Elephant (2003, EUA, Gus Van Sant), premiado com a Palma de Ouro de melhor filme e melhor diretor no 56 º Festival de Cinema de Cannes, retrata um fato muito similar ao acontecido real na escola americana de Columbine, quando dois jovens incitados por games similares ao Counter Strike compram armas de fogo pela internet chegam na escola e fuzilam geral, entre alunos e professores. O fato é estarrecedor, mas até onde os jogos realmente influenciaram os garotos a este comportamento genocida?

A decisão da Justiça brasileira é de toda forma polêmica, e como toda polêmica acaba de tornar o jogo ainda mais atraente, sedutor e popular. Como se lei funcionasse no Brasil. Acaba de ser lançado o game Tropa de Elite, recentemente os sucessos do audiovisual nacional são enredos que tratam tráfico de drogas e violência urbana, na novel das oito, recentemente a favela da Portelinha foi invadida por traficantes e Antônio Fagundes apareceu com uma bazuca em meio a cena e disparou contra os inimigos, numa das claques mais toscas da história das novelas no Brasil.

Por a culpa da violência juvenil em games é uma força de poder central a desvirtuar do problema que realmente interessa: o grande controle que criminosos possuem nas periferias, que acaba por se estender por toda a sociedade, seja pelas batidas do funk proibido, pelos filmes, novelas, ou por uma vivência que nada tem de lúdica, muito menos virtual.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Frase do Dia

"O mercado estimula o mercado a suicidar-se. Os jornalistas que deveriam ser furadores de bolhas, hoje não passam de homens-bolha, caronas do próximo boom." Alberto Dines, jornalista, acerca da postura de algumas revistas estimularem ousadias da classe média na bolsa de valores. Enquanto que 11 entre 10 economistas alertam para a iminiência de uma crise.

Dizem que o capitalismo tem seu próprio vírus destruidor. Pois deve ter sido José Datrino, alguém infectado por ele. Dedico este site a todos que andam preocupados com a queda das Bolsas ao redor do mundo... Museu Da Gentileza

O ano em que o Brasil não entrou no Oscar


O futebol brasileiro nunca ganhou uma olimpíada. O cinema brasileiro nunca ganhou um Oscar. Teve time para isso em 2000, mas esbarrou num esforçado Camarões. Teve filme para isso, mas esbarrou no genial a Vida é bela.

Pouco importa a olimpíada, dane-se o Oscar. Mas se o Brasil fica fora de um dos dois eventos, soa como uma tragédia. Ainda que a glória, nesses casos, seja com um arco íris, sempre um passo à frente da onde estamos.

Este ano, o filme brasileiro, indicado pela academia tupiniquim, saiu de uma batalha entre São Paulo e Rio. Os primeiros queriam O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, os cariocas queriam Tropa de Elite. São Paulo venceu.

O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, não é o melhor filme brasileiro do ano. Mas é um dos melhores para concorrer ao Oscar, melhor que Tropa de Elite pelo menos. Tecnicamente são dois filmes muito bons. Mas o enredo do filme de Cão Hamburger é mais adequado ao que os norte-americanos esperam de um filme estrangeiro. Com tomadas de câmera inteligentes e narrativa lenta.

Mas talvez, o tema seja o motivo pelo qual ele ficou de fora. Na terra do Tio Sam, o esporte Bretão sensibiliza pouca gente. Além disso, a redução das liberdades democráticas, não preocupa muito o pessoal do norte. Exceto quando isso é feito por gente da esquerda, o que não é o caso.

Enfim nossa academia escalou mal, que Dunga não repita o erro....

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

De que planeta viene?*


Fosse mesmo o futebol arte, ontem, toda a programação dominical estaria dedicada a Garrincha. Pois fazia exatos 25 anos, que morria o maior artista da bola. Sua família – o que sobrou dela – estaria nos programas de auditório vespertinos. A história dos Joãos seria relembrada,assim como, seus feitos, seus títulos, seus recordes, seus gols. Tudo que sua genialidade expressou através da estatística, pois no mundo de hoje, até mesmo a arte está condenada a ditadura dos números.

Seu fim precoce seria lembrado e ele seria comparado a Heleno de Freitas. Pois fosse mesmo o futebol arte, Heleno seria uma celebridade. O jogador que surgiu, cerca de vinte anos antes, no mesmo Botafogo, desafiou a física pelo ar, enquanto Garrincha fez pelo chão. Gilda , como era desdenhosamente chamado pelos adversários, que jamais conseguiram conte-lo, morreu em um hospício em Barbacena, um anos após Garrincha ser campeão mundial pela primeira vez. Vítima da inveja e do descaso que mais tarde matariam Mané.

Garrincha, assim como Heleno, e como qualquer outro gênio, não soube se adaptar a mediocridade da vida trivial. Se apoiou nos excessos para vencer o tédio das regras cotidianas, e nessa luta adquiriu um talento único para jogar bola, além de um vício que o matou em 1983. Esse é o preço que se paga para viver em uma sociedade onde as regras feitas para maioria, são arbitrárias ao ponto de tornar a droga uma alternativa fatal e imediata para os diferenciados.

Se jogasse hoje, Garrincha seria taxado de Bad-boy, Jogador problema ou chinelinho. Seria ridicularizado por Muricy pela sua falta de objetividade, induzido a ter o joelho quebrado por Felipão. Nunca constaria na lista de Dunga. Talvez desistisse do futebol e não nos desse duas copas do mundo. Morreríamos, apoiando o futebol pragmático, e a onipresença maniqueísta da mídia, sem conhecer o jogador mais vencedor da história da seleção brasileira.

Por sorte os tempos eram outros, pouco melhores. E a mídia que apedreja, em vida, afaga - ainda que em demasia - postumamente, ai sim, cedendo espaço para arte. Mas se esquecendo que os artistas não nasceram para dar bom exemplo.

*O título deste Post, foi a manchete de um jornal chileno, após a primeira apresentação de Mané em 1962.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Febre Amarela, imprensa marron


Depois do caos aéreo, do cansei, do terceiro mandato, e mais uma série de micro- escândalos que eu nem me lembro mais; a imprensa, pra saciar a vontade da elite, criou mais esse factóide: A febre amarela. A coisa não está preta, nem há porque ligar o alerta vermelho.

Li no Blog do meu conterrâneo, Luis Nassif, (luisnassif.blig.ig.com.Br), que Anthony Erick Guimarães, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição responsável pela produção da vacina para febre amarela, na América do Sul, acha um absurdo o espanto em torno do assunto.

Ainda segundo o especialista, se você se vacinou nos últimos 10 anos, e não freqüenta regiões de risco, não há porque se preocupar.

Ou seja, tudo não passa de uma tentativa da elite - ao ver os tucanos tão enfraquecidos - de dividir sua indignação com pessoal da classe média. A mulher de malandro da sociedade brasileira parece cair, mais uma vez, na dança do patinho.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

André Dahmer, novos chargistas com a benção do Pasquim.



Por Tadheu Rabelo


Lançado em 2007, O Livro Negro de André Dahmer, (Desiderata, R$ 19,90) traz uma coletânea em quadrinhos de uma das novidades do mundo das charges brasileiras. Muito badaladas na época de ditadura militar, chargistas como Jaguar dão votos e abrem espaço para a nova geração de criadores de crítica através de humor.

Dahmer viu-se popularizado principalmente depois que seu sítio sobre peripécias de girassóis filósofos se tornaram febre na internet, principalmente entre universitários. As historinhas dos Malvados ( www.malvados.com.br) conquistam pela simplicidade nos traços e jogo pesado nas opiniões, a idéia parece fuzilar a sociedade e suas hipocrisias infinitas dizendo pouco, porém o suficiente. O incômodo é inevitável. Quase um blog do eu sozinho.

Neste livro os malvados dão lugar a outros personagens e seqüências igualmente satíricas e com um bom humor negro, venenoso e alcolizado.

Tapando o (p)Sol com a Ciência? ou algo do tipo....


Este post reúne três fatos: o primeiro; a capa da Veja, o segundo; uma reportagem da Folha; o terceiro; a declaração de um membro do Governo Federal.

Começo pelo terceiro, não vou citar o nome do cidadão – vou chamá-lo de senhor X - já que esta declaração foi feita depois de uma entrevista na qual eu não era o repórter principal, mas apenas o fotógrafo. Além disso meu trabalho no Blog é uma coisa, fora dele outra.
Falávamos sobre a postura dos estudantes em relação às políticas públicas na área de educação. Então,o senhor X concordando comigo dizia que a postura do movimento estudantil era a opinião de meia dúzia de líderes de DCEs, ligados a partidos da extrema esquerda, tomado como verdade pelos alunos recém ingressos na faculdade.
Concordo com o senhor X, pois não acredito que quem se submete cegamente às técnicas vestibulandas para entrar em uma Federal, não vá criar senso crítico em 4 meses de faculdade. Mas na declaração seguinte ele pisou na bola, disse que por isso preferia aos alunos de engenharia. Não senhor X, estávamos falando dá ma formação de opinião de alguns alunos, e você vem me falar que prefere aqueles que não tem opinião. Pois todo mundo sabe, inclusive o senhor X - que separou os alunos em ativistas e futuros engenheiros – como anda o nível de opinião do pessoal de exatas.
Isso me remetia ao segundo fato: a reportagem da Folha. Nela vinha a informação que levando em consideração o número de publicações, dividido pelo número de cursos de pós graduação , O Ita é a instituição líder em pesquisa no Brasil. Ultrapassando a USP, ainda líder absoluta. A explicação para fato, segundo gente dentro do próprio Ita, é que o Instituto não possui cursos de humanas esses cursos puxam a pesquisa para baixo, já que vem pouco investimento de fora.

Por que será? Cientista Sociais, Políticos, Psicólogos, Antropólogos, Professores são dispensáveis quando se pensa uma sociedade? Não é preciso opinião? Lógico que não é assim, só que o pessoal adepto ao neoliberalismo acha que a opinião deva vir dos meus coleguinhas de profissão. E tem quem ainda acredite. Quanta ilusão! De todos aqueles que dividiram sala de aula, ou mesa de boteco comigo, só dou ouvidos a opinião de no máximo três. Na verdade, achar que a opinião de toda a sociedade deva estar na mão dos jornalistas é um manobra para que não se invista em pesquisa na área de humanas, não porque não seja rentável, mas por que não é prudente. Investir na área de humanas é criar o tal senso crítico do qual falava com senhor X, lá em cima. E com ele quase tudo que está por ai, se esvai.

Portanto deixe tudo como está, nas mãos dessas amebas chamada jornalistas. Que na maioria dos casos entram na faculdade querendo ser a Xuxa ou âncora da MTV. E saem dela com espírito de porco, ops, digo administrador, querendo encher o rabo de grana.

Falando nos coleguinhas, chego ao ultimo fato: a capa da veja. Na semana em que Chavez conseguiu libertar alguns reféns das mãos da Farc, a revista que volta e meia estampa a cara do venezuelano na sua capa, desconsiderou o fato. A revista tem como tema central, os benefícios do sol, um deles eu já sei: Tapar o Sol com peneira.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Presença, presente no Blog


Como ando meio sem tempo, e muita gente não sabe quem é o tal capitão presença, vez em quando citado aqui, vou dedicar este post há duas postas restantes da sociedade brasileira, que merecem elogios. O primeiro Arnaldo Branco - O Criador - um jornalista que destoa da maioria de imprensa, seja nos temas abordado ou na forma de abordar os temas. O Segundo - A Cria - é o Capitão Presença, um super-herói que não faz nada mais que sua missão: salvar! Com vocês o Capitão dos Capitões,e também um texto do Arnaldo:
"Já fui pobre e já fui rica. Rica é melhor."*
"Todo mundo na merda, eis o paraíso socialista" - Wolinski

Então o Fidel subiu no telhado, e geral comemorando. Mas, como dizia Nelson Rodrigues, o que é Cuba? É uma Paquetá. Foda-se ela e seus cursos-modelo de cinema - pra vocês terem uma idéia como são equivocados, é lá que cineasta brasileiro se gradua. Putz.

Nunca tive simpatia nenhuma pelo tal povo que dizem ser pobre, mas feliz - frase que é eufemismo para otário: vide o brasileiro, pra quem a descrição também cabe. Deve ser por isso que o Chico Buarque se liga tanto na ilha, pesquisa de campo hardcore sobre o Homem Cordial que o pai dele tanto prezava. Nem Jó sofreu tanto, os caras levam as sete pragas do Egito nos cornos o tempo todo e continuam lá, rindo e rumbando.

Embora não seja nenhum entusiasta da democracia, macumba pra nativo que funciona melhor no discurso do que em qualquer condomínio cabeça-de-porco, ditadura é foda. Então é isso aí, fora todos os ditadores, Fidel Castro, Idi Amin, Pinochet, Videla, eeee, whatever.

Mas e a China? Lá a cana é dura. Se o tal sistema de educação de Cuba não vale um paredão, acho que nenhuma prosperidade econômica justifica as milhares de execuções. E a Veja acaba de lançar uma edição com mais de sua metade dedicada ao "exemplo da China", onde a repressão política entra em uma ressalva de duas páginas. Me dei conta dia desses que não sei quem é o número um daquela bodega desde a morte do Deng Xiaoping, enquanto o Fidel não pode nem brigar com um jornalista sem nos lembrarem que ele é um tirano filho da puta.

Ah, o Ocidente e seus livre-pensadores. Lembro daquele maluquinho que impediu a progressão de uma coluna de tanques a caminho da Praça da Paz Celestial para reprimir as manifestações dos estudantes. O cara tinha voltado pra casa impunemente, até que a imagem ganhou o "mundo livre" e o governo Chinês saiu em sua caça, até executá-lo. Os belos discursos foderam com o cara.




Arnaldo Branco, chargista.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

É Big hein Brother?

No dia em que Pedro Bial deu as caras, um outro paredão foi notícia. Desta vez o ônibus foi o eliminado: http://odia.terra.com.br/#nogo

Não achei fotos livres para postar aqui, por isso coloquei o endereço...http://odia.terra.com.br/#nogo

A elite dos Tropas

Tropa de Elite deixou de ser um filme faz tempo. Virou uma coletânea lançada pelo pessoal da Uruguaiana, que compila diferente visões do tráfico. O primeiro, O tropa de Elite (original-pirateado), com o Wágner Moura, fez muito sucesso, e logo veio o segundo.

Na verdade, se tratava de Notícias de Uma Guerra Particular, de João Moreira Salles e Kátia Lund. Um ótimo documentário, mas que não teve muita repercussão já que foi lançado, na uruguaiana, na época em que o Tropa de Elite chegava aos cinemas .

Agora é a vez do Tropa de Elite 3. Não vi, dizem que trata-se de uma colagem com imagens de traficantes e de operações do Bope, no outro lado da ponte. O fato é que o filme já está repercutindo na mídia. E por culpa disso, lógico - todos sabem que a polícia só se mexe por culpa da mídia -, o dvd está sendo investigado pela corregedoria da PM.

Mas este blog, que considera as investigações da PM tão importantes quanto a próxima namorada do Dado Dolabella, não está dando a mínima para este fato. O importante de toda essa história é o tropa de elite quatro, que logo vai ser lançado.

De todos os tropas, é de longe o mais interessante. Trata-se do filme “Quase dois Irmãos” que conta a história do nascimento do Comando vermelho, a tão temida organização criminosa de hoje em dia.

Para os mal informados, o C.V. nasceu da incompetência do milicos, que assim como o pessoal do Bope, achava que descer o sarrafo era a solução pra nosso país. Botaram na mesma cela traficantes e comunistas. Os primeiros donos das melhores armas, o segundo donos das melhores idéias.

Tudo bem que o comando vermelho hoje reproduz a ordem social, muito mais do que tenta destruí-lá. Até onde eu sei, afinal nunca vi traficante sendo questionado porque entrou para o movimento. Mas mesmo assim, é uma tremenda ameaça a elite e as tropas do nosso Brasil varonil. Elite e tropas que o pariram.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

They Don´t Need No Education


Li na folha de S.P.; “Criança mexicana se cola à cama para não voltar ao colégio”. Pensei; esse é dos meus! Fazia tudo pra fugir da Escola, botava termômetro no chá, esquecia a carteirinha e sempre arrumava um arranhão no recreio.

O caso agravou quando me mudei para um colégio de burgueses paulistanos. Não podia falar palavrão, o futebol tinha regras malucas fruto da “Sãopaulinozisse” dos garotos. Lá Fui chamado á coordenação porque via playboy. O engraçado é que eu estava no auge da puberdade e a revista era presente do meu pai.

Nessa época peguei trauma do colégio, lembro deste lugar como lembraria de uma prisão. Até porque, a arquitetura era de penitenciária. Nunca mais vi razão social pra essas instituições que até os 15 anos te adestram e depois te ensinam a passar no vestibular.

Esse papo que escola instrui e emancipa é balela. Balela da elite, que necessita de mão de obra. Achei a idéia do mexicano, muito boa. De uma sensatez que só as crianças têm, mas que o colégio insisti em anular.

Como diria Picasso: existem dois tipos de pessoas interessantes no mundo: os Loucos e as Crianças. Para os primeiros há o hospício, para os segundos a Escola.

Se eu quiser fumar, eu bebo!


Em 2008, começará a circular na Holanda Squeeze Hennep e o Kierewiet – dois licores feitos com extrato de maconha. No país a droga é legalizada, portanto não haverá problemas. Toda a polêmica, está na importação do produto.

O Governo holandês proibiu que ele seja levado para outros países, assim como proibiu a importação de todas as espécies da erva comercializadas no holanda. Mas sabe como é né? A lei está ai pra ser descumprida e a maconha da Holanda chega a qualquer parte do mundo.

Vender maconha dá dinheiro e os grandes empresários sabem disso, assim como sabem que é proibido. Mas existem brechas na lei, para que a cannabis seja usada com outras finalidades, como, por exemplo, na confecção de tecidos.

Caso o licor, cujo preço desconheço, faça sucesso clandestinamente no Brasil, pode ser que, além da confecção de tecidos, a maconha possa também ser usada na fabricação de drinks. Já que o que manda nessas terras é o verde – não da erva, mas do dinheiro.

Portanto não será de se espantar, se em um futuro próximo, a erva do mal, grande vilã e causadora de toda a violência urbana no Rio de Janeiro, passar a ser sucesso entre o pessoal das micaretas. Desta vez como licor. Afinal o Bope não será páreo para Ambev. alguém duvida?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Vice de novo!



Terça feira começa o BBB alguma coisa, que vai ser igual aos outros; um bando gente medíocre, igualmente nefasta – dos dois lados da tela – tentando se passar por pessoas mais dignas do que aquelas que elas julgam.

Tudo isso, sob o comando de Pedro Bial que, inegavelmente competente, estará lá, citando Nietzsche, Freud, Victor Hugo e Nelson Rodrigues, para um laia de telespectadores e brothers, que acham poesia é aquilo que é recitado antes do anúncio de cada eliminado.

Coisas de tricolor que acreditam que Mário Quintana foi feito pro BBB, assim como o Riquelme nasceu pra enfrentar o glorioso Cardoso Moreira.

E Pra não dizer que eu não falei dos brothers, vou citar uma sister. Não sei nome dela, e provavelmente você já terá esquecido no dia 4 de janeiro de 2009, mas ela participou do concurso que o Globo.com promoveu para eleger a musa da torcida deste brasileirão.

Ficou em segundo. Nem preciso dizer o time dela. Com esse time no coração o Big Brother já tem sua segunda colocada. Mais informações sobre a garota? Ah se você interessa por Big Brother, vá procurar outro Blog! A imagem já Basta.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ano Novo, Frases Velhas...



A Revista Zé Pereira, ótima publicação, citada no post anterior, que pode ser adquirida nas melhores bancas do Rio por apenas dois reais, ou pelo endereço: http://www.revistazepereira.com.br/, resgatou esse ano o Febeapá. Febeapá é a sigla para Festival de besteiras que assolam o país, criada por Stanislaw Ponte Preta, na década de 70. se não me falha a memória. O festival consiste em reunir as maiores sandices ditas ao longo do ano. Baseado na compilação feita pela revista resolvi eleger as cinco melhores. Na verdade são quatro da revista e uma do Jornal o Globo. Aí vão elas:


Primeiro Lugar: "Onde está a polícia? Onde está a 'Elite da Tropa'? Quem sabe até a 'Tropa de Elite'! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade", Luciano Huck, depois que roubaram o seu Rolex.

Segundo Lugar: "Sim, Luciano Huck faz parte da 'elite branca', e sob nenhuma hipótese deve se envergonhar disso. Ele faz parte dela porque trabalha de sol a sol, e paga altíssimos impostos, sem os quais a 'elite preta', não muito chegada ao trabalho, não estaria recebendo as benesses do bolsa família. (e não me chamem de racista, por favor, não estou falando de negros, estou falando da oposição aos que são como o nosso querido Huck)", Aguinaldo Silva, Diretor de Duas Caras. Mostrando a Cara da Globo que a Globo encobre.


Terceiro Lugar: "Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal", Sergio Cabral Filho, lembrando os tempos de PSDB, e se esquecendo que a função de todo ser vivo é se reproduzir e do estado dar condição de vida aos humanos.

Quarto Lugar: A recomendação é buscar abrigo e não se apavorar, É importante que o cidadão olhe de onde estão saindo os tiros” CORONEL UBIRATAN ANGELO, mostrando a eficiência da tropa de elite carioca, e sua relação com os pobres.


Quinto Lugar: "Cansei", um bando de babacas. Que descansem em paz!