quarta-feira, 30 de abril de 2008

Botafogo, bota fogo!

Carta Aberta de Organic (personagem de Panic e Orgnanic)

Novamente calhou de Botafogo e Flamengo decidirem o campeonato carioca

Novamente calhou, de no mesmo dia, acontecer uma passeata pela legalização da maconha em Ipanema. Isso se o MP não embarreirar, como fez na Bahia.

No maracanã, Botafogo será um time. Uma escolha pouco óbvia, para alguns. Uma predestinação celestial, para outros.

Em Ipanema, Bota fogo será uma ordem. Um imperativo, a tradução quase literal de um disco do Bob.

O pessoal do Botafogo será, provavelmente, mais numeroso no Maracanã do que em Ipanema.

Movidos por um egoísmo altruísta, de ter uma satisfação instantânea, que na verdade nem é sua, mas que se toma emprestada momentaneamente. Serão regidos pela paixão.

Em Ipanema, um engajamento viciado. Rejeitará qualquer régia. A não ser, lógico, as régias do vício – pois maconha vícia sim, como futebol, sexo, televisão e ignorância.

Mas independente da quantidade, o pessoal do Botafogo será sempre minoria. Já que representa a quebra de paradigma de uma sociedade industrial e uniforme.

Serão sempre vistos como loucos e sofredores. Ou por chorarem inclusive na vitória, ou por terem os argumentos mais consistentes contra a liberação da tal erva que fumam.

Contradição? Não. Sensibilidade para ver o paradoxo inerente a tudo

Impossível prever os desdobramentos da passeata e do jogo.

Mas alheio a isso, o pessoal do Botafogo sempre fará valer o direito alienável da individualidade.

Individualidade que nos permitir ser, loucos sofredores, caretas... iguais.

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