quinta-feira, 3 de abril de 2008

O processo


Os tribunais nasceram contaminados com a mesma utopia que os jornais. A incrível balela que homens de carne osso se livrariam de suas idiossincrasias e fariam julgamentos isentos, persiste ao longo dos anos.

E esta utopia, vai sendo propagada, na medida em que o número exorbitante de variáveis que envolvem uma equação humana, permite que nenhum resultado se torne absurdo - pelo menos aos olhos dos leigos.

Por isso os tribunais fazem o que bem entendem. Quando possível, atendem aos próprios interesses, livrando cara dos colegas de trabalho - ou de quem tem mais força política. Este foi o caso da delegada absolvida, que permitiu a prisão de uma menina de quinze anos.

Mas se há muita pressão da mídia é melhor não polemizar, deixe que ela determine os acusados e os inocentes. Afinal nefastos por nefastos, fiquemos com os jornalistas que tem mais voz que os advogados. E neste país uma frase de jornal atribuída (!) a uma criança é uma prova irrefutável.

Em resumo, isso explica as proezas obtidas pelos homens da lei, nesta quarta-feira. Seja no futebol, na própria justiça ou na sociedade civil. Enquanto advogados, políticos e jornalistas se meterem nos julgamento a lei não será livre. Livre para cometer suas atrocidades idiossincráticas

Um comentário:

Thadeu Rabelo disse...

lei que vale é lei que se cumpre
lei que vale é lei que se vive

lei escrita não vale
lei moral não vale

vale lei que mata, essa vale