segunda-feira, 5 de maio de 2008

O “Cansei” do Carioca


Ver crianças com o rostinho do meu filho fumando maconha na praia é muito triste - Argumentava a vereadora Silvia Pontes (DEM-RJ), organizadora da marcha contra a maconha, promovida, neste domingo, em Copacabana. A marcha seria um contraponto em relação a marcha pela legalização da maconha. Seria, isto porque o MP proibiu a manifestação que ocorreria no posto 9.

Silvia era um retrato das pessoas envolvidas, na marcha-contra-marcha. Reacionários da velha (Partido Integralista) e nova (DEM) geração, com argumentos egoístas e infantis, davam um clima de revolta de elite à manifestação. Aos moldes do “Cansei” paulista

A semelhanças não eram só essas. Tanto lá, como cá, o choro gratuito da meia dúzia tinha apoio de uma ala retrógrada do judiciário, aquela mesma que proíbe a pesquisa com células-tronco.

Se no cansei haviam os que se diziam ex-pobres, na marcha havia os que se diziam ex viciados. Lá, – os ex pobres – eram, na verdade, estudantes de colégio público, hoje membros da Fiesp. Cá, – os ex viciados – usaram maconha três vezes e hoje são do remo do Vasco.

Nada contra o Vasco, Flamenguistas e Botafoguenses estavam no Maracanã e o fluminense não tem remo.

Lula não passou em branco e foi culpado pela rodinhas de baseado no posto 9. Até mesmo a ironia dos movimentos era a mesma. Ou seja, a manifestação tendo seus propósitos invertidos.

Lá, havia o questionamento á um presidente eleito. Cá, o questionamento a uma discussão, mais que cabível, urgente. Nos dois casos, o movimento era fruto de um preconceito que esconde interesses não divulgáveis.

Se faltou quorum aos cansados. Também faltou fôlego aos saudáveis moralistas, que saíram do posto 5 e nem chegaram ao 6.

Os cansados daqui viraram fumaça.

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